Festival «Terras sem Sombra» com nova edição a partir de 11 de fevereiro
Serpa, 27 jan 2017 (Ecclesia) – O Festival ‘Terras sem Sombra’ aposta na promoção e defesa da música, do património edificado e natural na Diocese de Beja e o presidente do Município de Serpa considera que se “integra perfeitamente” na “estratégia de desenvolvimento” local.
“Há quem considere que dinheiro investido na parte cultural são despesas. Nós consideramos investimento porque se queremos que o desenvolvimento seja sustentável temos de dar primazia à utilização de recursos que são endógenos”, disse Tomé Pires, esta quinta-feira, na apresentação do festival.
O presidente da Câmara Municipal de Serpa observou que se têm património é precioso salvaguardá-lo, “valorizar e conviver harmoniosamente” com essa cultura, como é apanágio do Festival ‘terras sem Sombra’ (FTSS) desde a sua criação em 2003 pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.
Na Casa do Cante, o edil sublinhou que “faz todo o sentido” o FTSS na sua 13.ª edição passar pela segunda vez por Serpa e recordou o “êxito enorme” da ópera que tinha mensagem ecológica que estrearam o ano passado.
Tomé Pires salientou que o evento para além da cultura, a parte “mais significativa”, dá “muita atenção” aos valores ambientais, algo que o município também tem trabalho.
O FTSS 2017 começa ao sábado com uma atividade de visita de património, a partir das 15h00, e concerto às 21h30, ao qual se segue uma ação de salvaguarda da biodiversidade na manhã de domingo.
“Uma das marcas destas ações em 2017 é a descoberta de aspetos que não conhecemos”, afirmou, por sua vez, o consultor para a área da natureza.
Pedro Rocha, do Instituto Conservação da Natureza e Florestas, recorda que é a sétima edição que dinamizam o programa de biodiversidade que pretende sensibilizar os participantes para a riqueza e proteção ambiental no baixo e litoral alentejano.
Neste contexto, apresentou o programa dominical nos oito municípios que vai passar pela Serra do Caldeirão para falarem das “novas oportunidades e aspetos da serra” do pós-incêndio de 2004.
Outras ações de “um programa feito à medida” são, por exemplo, um percurso de barco na biodiversidade do “muito particular” rio Mira, com as “notáveis pradarias de plantas marinhas e populações de lontras únicas no mundo”; Em Santiago do Cacém vão conhecer o Convento franciscano do Loreto e “plantar sobreiros” ou o trabalho “notável da conquista das areias enquanto terra arável” pelos monges da Junqueira, no século XV.
A apresentação do 13.º FTSS terminou com o Cante Alentejano de duas turmas do projeto ‘Cante nas Escolas’ dinamizado por Pedro Mestre que destacou o facto de o festival “desde muito cedo, faz com que possa sempre realçar a música local”.
“[Cante] Para além de realidade local de convívio, de confraternização, é também espetáculo que passou a ser respeitado com maior apreço pelo público”, desenvolveu à Agência ECCLESIA.
‘Do espiritual na arte – Identidades e práticas musicais na Europa dos séculos XVI-XX’ é o tema do FTSS 2017 que tem Espanha como país convidado e vai ser apresentado a 2 de fevereiro em Sevilha, cidade que acolhe dois dias um concerto com Cante Alentejano e Flamengo.
“Faz todo o sentido que se possa criar esta fusão e esta apresentação fora de portas do Alentejo”, observou Pedro Mestre.
O Festival ‘Terras sem Sombra’ vai percorrer oito concelhos a partir de 11 de fevereiro – Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde, Beja – e termina com a entrega do seu prémio internacional pelas 18h30 de 1 de julho.
CB