Alenquer revive tradições do Espírito Santo

Vila berço do culto explora este fim-de-semana vertentes culturais e festivas A vila de Alenquer está em festa. O culto do Espírito Santo é este fim-de-semana transversal nas ruas desta localidade, que viu nascer esta celebração.

Conta a tradição que foi ali que a Rainha Santa Isabel instituiu as festas, em 1324, "com o nome de «festas do Império do Divino Espírito Santo»", explica Nuno Santos Alexandre, da organização. A rainha ter-se-á despojado da sua coroa, oferecendo-a aos pobres e lançando "um movimento de partilha e solidariedade pelos pobres", explica à agência ECCLESIA.

Nuno Alexandre conta que as raízes mais profundas desta Festa assentam na solidariedade e partilha com os mais desfavorecidos. "As origens estão na mística e missão evangelizadora do Franciscanismo". A vila de Alenquer conta também com o primeiro Convento Franciscano.

Ao longo dos anos, houve períodos em que a festa se perdeu "na sua fórmula original", mas a ligação esteve sempre presente. A recuperação "de carácter histórico", deu-se em 1945. Há três anos, sob influência de D. Manuel Clemente, na altura bispo auxiliar de Lisboa, desenvolver-se, de forma firme, a recuperação da tradição, não só do ponto de vista iconográfico mas também do ponto de vista da fé.

A par das actividades profanas e espirituais, a celebração do Espírito Santo em Alenquer, quis "explorar todas as suas diversas vertentes" – cultural e artística, mas também a própria "expansão da festa", indica Nuno Alexandre. O culto do Espírito Santo espalhou-se por Portugal continental, posteriormente às ilhas e alcançou também o Brasil. "Actualmente a festa do Espírito Santo acontece por todo o país, com um expressão avassaladora".

Estas questões estão a ser abordadas, neste Sábado, no Colóquio «Espírito Santo: Criação de Imagens e Expansão da Festa» que reúne os maiores especialistas, entre teólogos, historiadores, e catedráticos, do culto em Alenquer.

As celebrações do Espírito Santo tiveram início logo depois da Páscoa e terminam no Domingo de Pentecostes, dia 31. Alenquer assinala esta celebração com uma eucaristia, pelas 15h, na Igreja de São Francisco, sob a presidência de D. Tomaz da Silva Nunes, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa.

Pelas 16h30 segue a procissão da Igreja para o Largo do Espírito Santo, encerrando com o tradicional Bodo no Jardim Vaz Monteiro.

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