Alemanha: Trabalhadores católicos criticam «política de austeridade» contrária à «dignidade humana»

Organismo salienta que há «cada vez mais pobres, enquanto a riqueza de um pequeno grupo está a crescer»

Colónia, Alemanha, 06 mai 2013 (Ecclesia) – O Movimento Católico de Trabalhadores da Alemanha (KAB) emitiu um comunicado “a favor da justiça e da solidariedade na Europa”, onde critica as medidas económicas e sociais que estão a ser implementadas em Portugal e em outros países.

“A política de austeridade na Europa levou a uma situação que já não é aceitável do ponto de vista jurídico, porque vai contra a dignidade humana”, realça a organização, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O KAB aponta para o exemplo português, onde “as reduções nas despesas são mais sentidas no setor social e nos rendimentos das pessoas onde o Estado tem acesso direto”, como “é o caso dos reformados, dos desempregados e dos funcionários públicos”.

“Esta estratégia é visível em toda a Europa. A economia é dispensada ou até recebe vantagens fiscais. Os ricos podem esconder os seus bens em paraísos fiscais e, na maioria dos casos, não são acusados”, lamentam os trabalhadores católicos alemães.

No caso da Alemanha, a situação económica e social começa também a agravar-se, apesar dos esforços dos “media” em mostrarem “que o país conseguiu resistir bem à crise”.

De acordo com o KAB, “há cada vez mais pessoas que não conseguem viver do seu rendimento” ao mesmo tempo que se tem verificado “um aumento dos setores onde se pagam salários muito baixos”.

“A política alemã está a seguir uma tendência que se nota em toda a Europa: dum lado aceita-se que muitas pessoas ficam cada vez mais pobres, enquanto a riqueza dum grupo pequeno está a crescer”, refere aquele organismo.

Os membros do KAB colocam-se “do lado dos pobres, seguindo os passos do Papa Francisco que reclama, da parte de toda a Igreja, solidariedade com os pobres e com as vítimas de exploração”.

“Em conjunto com outros movimentos de trabalhadores e da sociedade civil na Europa”, os operários católicos da Alemanha reivindicam “uma política que esteja ao serviço das pessoas e não ao serviço do capital”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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