Bento XVI diz-se «muito feliz» por voltar à sua terra natal, passando em revista o programa de quatro dias de visita por Berlim, Erfurt, Etzelsbach e Friburgo
Lisboa, 19 set 2011 (Ecclesia) – Bento XVI enviou uma mensagem ao povo alemão, transmitida no sábado à noite pela televisão pública germânica ARD, confessando-se “muito feliz” com a terceira visita ao seu país natal, que vai decorrer de quinta-feira a domingo.
Na sua intervenção, divulgada também pelo site oficial do Vaticano, o Papa diz que não quer fazer “turismo religioso” ou promover um “show”, nesta viagem de quatro dias, mas promover o desejo de “voltar a ver Deus” para que os católicos ofereçam ao mundo “uma luz de esperança, que é luz que vem de Deus e ajuda a viver”.
“Deve tratar-se do facto de que Deus volte ao nosso horizonte, este Deus que tantas vezes está totalmente ausente, do qual, no entanto, temos tanta necessidade”, indicou.
Às questões ‘Mas Deus existe” e se, existindo, se “ocupa verdadeiramente” dos seres humanos, Bento XVI declara que não é possível “colocar Deus em cima da mesa” ou tocá-lo com “um objeto qualquer”.
“Temos, de novo, de desenvolver a capacidade de percepção de Deus, capacidade que existe em nós. Podemos intuir alguma coisa da grandeza de Deus na grandeza do cosmo”, aponta.
A terceira visita de Bento XVI a solo germânico, depois das de 2005 (Jornada Mundial da Juventude em Colónia) e 2006 (visita à Baviera, região onde nasceu Joseph Ratzinger), conta com passagens por Berlim, Erfurt, Etzelsbach e Friburgo, tendo como lema ‘Onde há Deus, há futuro’ (Wo Gott ist, da ist Zukunft), e inclui encontros com a comunidade judaica e muçulmana.
O Papa passa em revista cada um dos vários momentos do programa, destacando, no caso de Berlim, o discurso no “Bundestag”, parlamento federal alemão, e a “grande missa” que vai ser celebrada no estádio olímpico, na quinta-feira.
Para Bento XVI, um dos “momentos importantes” da visita será a ida a Erfurt, 237 quilómetros a sul de Berlim, no centro da Alemanha, onde se vai encontrar com representantes do Conselho da Igreja Evangélica Alemã no antigo convento dos Agostinhos, ordem religiosa à qual pertencia Martinho Lutero (1483-1546).
“Ali rezaremos em conjunto, escutaremos a Palavra de Deus, pensaremos e falaremos em conjunto. Não esperamos nenhum evento sensacional: de facto, a verdadeira grandeza do evento consiste nisso mesmo, que nesse lugar possamos pensar em conjunto, escutar a Palavra de Deus e rezar; assim, estaremos intimamente próximos e manifestar-se-á um verdadeiro ecumenismo”, disse.
A passagem pela “pequena faixa de terra” de Eichsfeld, que “permaneceu católica através de todas as peripécias da história” antecede a passagem por Friburgo, no sudoeste da Alemanha, onde uma vigília com jovens e a missa marcam o final desta viagem.
Esta vai ser a primeira viagem papal à Alemanha com estatuto de visita de Estado, pelo que os primeiros momentos da agenda de Bento XVI em solo germânico são dedicados a encontros com responsáveis políticos.
O programa inclui seis voos, 12 discursos, três homilias, duas saudações e mais de 2750 quilómetros percorridos em 84 horas e meia.
OC