A quinta e última sessão do Congresso para a Nova Evangelização – ICNE – decorre em Budapeste, desde o passado Sábado. Oito dias para que os congressistas possam viver a fé, o amor, o martírio, a alegria, a esperança e o futuro. Conhecedor de algumas sessões do Congresso para a Nova Evangelização e um dos organizadores da sessão que decorreu em Lisboa, Juan Ambrósio está presente em Budapeste para partilhar uma reflexão com os congressistas acerca da importância da alegria. Em declarações à Agência ECCLESIA, o professor da Universidade Católica Portuguesa afirma que, depois das sessões do ICNE, em especial da sessão decorrida em Lisboa, notava que os relatos das experiências de Deus eram associados a momentos de grande intensidade. “Quase todos eles ligados a momentos de dor ou de sofrimento, ou mesmo de angústia”. Os relatos acrescentavam não ter dúvidas da presença de Deus nesses momentos, mas “porque Deus está presente em todos os momentos da vida, também nos momentos ditos normais ou de profunda alegria”. Juan Ambrósio aponta a necessidade de se passar a mensagem real de que “o mistério de Deus acontece no dia a dia normal da vida, não só nos momentos de grande intensidade”. A sua reflexão a partilhar em Budapeste chama a atenção para o facto de esses momentos chegarem a “pessoas normal, igual a tantas outras onde o mistério de Deus acontece de forma profunda e plena não só para os excepcionais mas para todos”. O cristianismo deve revestir-se de alegria e felicidade. “Eu sou feliz porque sou cristão, porque o testemunho e a reflexão cristã me impele a viver a alegria”. Juan Ambrósio acredita que esta é uma das características que os cristão devem mostrar. Por vezes preocupados com a transmissão da fé ou como fazer chegar a mensagem “esquecemos que uma das dimensões fundamentais é do testemunho da alegria”, baseada numa proposta cristã. O mundo pede da parte do cristianismo “o testemunho da alegria” e as ruas da cidade são o palco ideal para essa transmissão, “porque são o palco da vida, onde as pessoas andam e é ai que o cristianismo se deve desenrolar. Não pode ser um parenteses na vida contemporânea”, mostrando que vale a pena ser cristão nos dias de hoje. O contacto que manteve com as sessões do Congresso foram sendo diferentes. De forma particular esteve presente na sessão em Lisboa, também pela sua envolvência na preparação. “É um acontecimento importante e que marca as práticas”, aponta. Mas questiona se “a marca deixada não poderia ter sido maior”. “Será que um observador externo à dinâmica da Igreja ou das paróquias nota alguma diferença antes e depois do congresso? Há diferenças claras”, aponta Juan Ambrósio, que acredita, contudo, que são diferença mais presentes dentro das comunidades “o que é positivo, mas seria desejável que se notassem mais fora das comunidades”, sobretudo “em locais onde não há diálogo e seria preciso chegar a tantas pessoas inquietas e que andam à procura de algo”. Este responsável adianta o cristianismo tem de ter novas características capazes de desafiar o mundo de hoje e o interpelar. Entre esses desafios “é a alegria e a felicidade”. E este é o desafio a lançar aos congressistas em Budapeste. Apelos do Patriarca Esta Quinta-feira, D. José Policarpo presidiu à Eucaristia em Budapeste. Na sua homilia, o Patriarca pediu que “a caridade, a missão e a alegria” se tornem “sinais de um testemunho”. Apelando à participação de todos os cristãos neste esforço evangelizador, o Cardeal lisboeta disse que “de uma valorização correcta dos carismas depende, em larga medida, o entusiasmo e a vitalidade da missão, vivida na alegria de se sentir empenhados na missão do próprio Cristo”. “Quando assumimos a missão como participação na missão de Cristo, mesmo quando se perde a vida, participamos na alegria do Senhor, fruto da sua fidelidade. Alegria e missão estão profundamente ligadas, porque nelas a nossa fé se transforma em caridade e é o amor que salva o mundo”, completou, indicando que “a evangelização não é uma tarefa, é uma paixão de amor”.