Responsáveis pelo organismo vieram a Portugal
Fátima, Santarém, 12 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da Federação Europeia de Famílias Católicas (FEFC) classificou hoje, em Fátima, a última exortação apostólica do Papa Francisco como uma contribuição “fantástica” para a defesa da Família.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, Antoine Renard frisou que o documento “A Alegria do Amor” surge num tempo em que “alastra uma cultura contrária à família”, tendo por base dois vértices.
Em primeiro lugar “a crise económica, em que o sofrimento das famílias não está a ser tido em conta” e onde elas são frequentemente consideradas um problema, quando deveriam ser vistas como parte da solução”.
Por outro lado, um vértice mais “de âmbito antropológico e espiritual”, decorrente de uma cultura “contrária a Deus”, quando “a Família é claramente um projeto de Deus”.
Destes dois pontos, prossegue Antoine Renard, emergem problemáticas como “o aborto e a eutanásia”, decorrentes daquilo que o Papa Francisco também já apelidou de “uma cultura de morte”.
Neste contexto, a exortação “A Alegria do Amor”, tal como “o Sínodo que a antecedeu”, é “sinónimo de uma Igreja Católica envolvida nos problemas das famílias, “que escuta o seu sofrimento e ao mesmo tempo sublinha a verdade acerca delas”, frisa o presidente da FEFC.
Sobre a eutanásia, aquele responsável dá como exemplo o que se está a passar em outros países onde esta prática já foi legalizada.
“Na Suíça, temos idosos que, quando estão doentes e são mandados para os hospitais, querem fugir porque têm medo, eles vivem em medo permanente”, conta aquele responsável.
“Como é possível que estejamos a construir uma sociedade assim? Onde a única mensagem que deixamos a alguém que está desesperado é: Devias morrer. Isto é completamente inacreditável!”, complementa.
Neste contexto, a FEFC considera ainda o documento do Papa como um convite a lutar contra esta conjuntura “com determinação e esperança, mostrando que há uma outra maneira de fazer as coisas”.
“A exortação de Francisco é muito pastoral, mas há dois anos ele também deixou em Estrasburgo duas mensagens essenciais que são uma tradução desta visão pastoral, em termos políticos”, salienta Antoine Renard, recordando a ida do Papa argentino ao Parlamento Europeu e ao Conselho da Europa.
Criada em 1997, a Federação Europeia de Famílias Católicas está representada em Bruxelas, no “centro político da Europa”, e integra um total de 16 países, incluindo Portugal.
O presidente do organismo destaca a importância de “salvaguardar a posição das famílias, no seio da União Europeia, defendendo os seus interesses junto de quem toma as decisões” e numa altura em que “faltam políticas mais favoráveis à Família”.
Em 2017, os 20 anos da Federação deverão ser assinalados com um ida a Roma e com um encontro com o Papa Francisco.
JCP