Ajudar o sudeste asiático sem esquecer outras crises humanitárias

A Confederação internacional da Cáritas já reagiu ao apelo feito ontem pela ONU, no sentido de alargar a solidariedade para com as vítimas dos maremotos na Ásia a outras crises e emergências que afectam dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo. O organismo católico para a assistência e a solidariedade lançou uma campanha de ajuda às populações da República Democrática do Congo, cuja situação descreve como “dramática”. Cerca de 3,8 milhões de pessoas morreram nesse país africano ao longo dos últimos seis anos (mais de mil por dia), como resultado de sucessivas guerras. Este é o pior conflito armado desde que terminou a II Guerra Mundial. Jan Egeland, o coordenador de apoio humanitário das Nações Unidas, manifestou ontem a preocupação de que não haja fundos suficientes para responder a dezenas de outras emergências, nomeadamente em África, que afectam entre “20 e 30 milhões de pessoas”. A “Caritas Internationalis” vem agora pedir 900 mil dólares para financiar um projecto de dois meses, destinado a realojar 8 mil e 500 famílias na área de Kanyabayonga e do norte do Kivu, marcadas pela pobreza extrema. A organização católica irá fornecer equipamentos domésticos, roupas e medicamentos, bem como apoio à recuperação da produção agrícola. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, congratulou-se hoje as “promessas generosas e, sobretudo, os compromissos firmes”, anunciados ontem em Genebra em resposta ao apelo de emergência das Nações Unidas para os países atingidos pelo maremoto, manifestando ainda a esperança de que esta onda de solidariedade à escala internacional “sirva de exemplo no caso de outras crises humanitárias que possam ocorrer”. A ONU revelou esta terça-feira ter obtido 717 milhões de dólares para ajuda de emergência, ou seja, cerca de 75% do montante pedido.

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