Fundação Ajuda a Igreja que Sofre reforça apelo do Papa à solidariedade
Lisboa, 20 jun 2014 (Ecclesia) – “Em cada quatro segundos alguém no mundo torna-se refugiado” – é esta a estatística que a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre deixa para reflexão neste Dia Mundial do Refugiado.
Atualmente existem “mais de 50 milhões de pessoas refugiadas em todo o mundo”, uma estatística que tem crescido devido a situações como “a guerra civil na Síria”, realça a organização solidária ligada ao Vaticano.
“Muitos tornam-se cidadãos do nada. Perdem papéis, família, empregos, casas, tudo o que amealharam ao longo da vida. Abrigam-se em tendas, alimentam-se da caridade e desesperam quanto ao futuro”, refere uma nota publicada no site da AIS.
Só no último ano e meio, a Fundação católica canalizou “graças à ajuda de milhares de benfeitores” cerca de 3 milhões de euros “para ajuda de emergência nas regiões onde existem conflitos armados, guerras ou crises humanitárias”.
Desde 2004, conseguiu ainda dar corpo a “140 projetos em favor dos refugiados, para as necessidades mais urgentes”, sobretudo para “alimentação, medicamentos e roupa”, através de uma estreita colaboração com as igrejas locais.
Atualmente, as atenções da AIS estão centradas nas consequências do conflito sírio, que opõe o regime de Bashar al-Assad às forças rebeldes, e na escalada de violência no Iraque, levada a cabo pelo grupo fundamentalista do ISIS (Estado Islâmico do Iraque e do Levante).
Disputas em que grande parte das vítimas “são cristãs”, sublinha a organização, chamando a atenção para as “famílias inteiras” que em todo o mundo são “forçadas a abandonar tudo para salvar a própria vida” e que pelo caminho perdem “as suas raízes, memórias, identidade”.
“Foi assim na Índia, no Paquistão, está a ser assim no Iraque, Irão, Nigéria, República Democrática do Congo, Sudão”, enumeram os responsáveis pelo projeto fundado pelo padre Werenfried van Straaten.
A AIS faz eco na sua mensagem ao apelo que o Papa Francisco deixou no âmbito deste Dia Mundial, para que a Igreja Católica se faça próxima dos refugiados, os acolha “partilhando os seus medos e aliviando os seus sofrimentos”.
“Todos somos poucos para acolher esta multidão de refugiados no mundo”, conclui a Fundação.
AIS/JCP