Secretariado português divulga casos «urgentes» de «18 famílias de catequistas da Paróquia de Sebba»
Lisboa, 19 mai 2020 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alerta que as comunidades cristãs no Burquina Faso estão “numa situação particularmente vulnerável” com o “agravamento da ameaça terrorista” e está a desenvolver diversos projetos que “ascendem a 100 mil euros”.
“Uma das situações consideradas mais urgentes prende-se com 18 famílias de catequistas provenientes da paróquia de Sebba e que foram forçados a deixar as suas casas, praticamente de mãos vazias, rumo à cidade de Dori”, explica o secretariado português da AIS.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLEIA, a fundação explica que os 18 catequistas e as suas famílias “passaram a ser um alvo concreto” dos grupos jihadistas, que “têm semeado o terror no Burquina Faso” por estarem “na linha da frente da presença cristã” e, muitas vezes, “são o rosto da Igreja” na ausência de sacerdotes.
A Ajuda à Igreja que Sofre, a nível internacional, vai “avançar com medidas de apoio de emergência” para a promoção e reintegração das comunidades cristãs deslocadas no Burquina Faso e está a promover um projeto de apoio de emergência nas áreas da assistência médica, apoio psicológico, ajuda alimentar e criação de bolsas de estudo para as crianças e jovens.
“Afetada desde 2015 pela violência terrorista”, a Diocese de Dori vai acolher as famílias dos catequistas de Sebba, que vão refazer a sua vida a muitos quilómetros de distância praticamente sem nada.
O bispo D. Laurent Dabiré explicou “é um desafio para os escassos recursos” mas é preciso “garantir o mínimo necessário”.
Segundo a fundação pontifícia, as 18 famílias de catequistas falam exclusivamente um dialeto local e não podem ser transferidas para outras dioceses, por isso, está a dinamizar também um “fundo de apoio para atividades económicas de subsistência” que incentivam a criação de animais e o trabalho na agricultura.
Noutro âmbito, a Ajuda à Igreja que Sofre está vai também apoiar a formação de “83 futuros sacerdotes” para as Dioceses de Dori, Kaya, Fada N’Gourma e Tenkodogo, ajudar dez religiosas que trabalham na Diocese de Dori e apoiar a realização de programas de rádio para que “a voz da Igreja esteja sempre junto dos fiéis, por mais isolados que estes se possam encontrar”, e os diversos projetos que “ascendem a 100 mil euros”.
CB/OC