Por cada hora de estudo «sem batota», as raparigas angariaram 1€ para o projeto solidário da fundação pontifícia

Lisboa, 15 jul 2025 (Ecclesia) – O Projeto ‘Férias com Deus’, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), proporcionou a 300 crianças ucranianas um “tempo de repouso e diversão”, e de “crescimento espiritual”, com a ajuda solidária de 40 raparigas de Lisboa.
“Elas iam de propósito para a associação para estudar, sabendo que era um estudo exigente. Para isso, havia uma sala credenciada, com um monitor mais velho a orientar o estudo, ou seja, não podiam fazer batota, não podiam estudar 45 minutos, não podiam estudar 55 minutos, tinha que ser mesmo os 60 minutos, e tinham que estudar bem, não podiam interromper o estudo, não podiam ter telemóvel, nada”, disse Maria do Rosário Almeida e Sousa, uma das responsáveis pela mobilização das estudantes portuguesas, à fundação pontifícia AIS, segundo uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.
O secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre informa que o projeto ‘Férias com Deus’ pretende proporcionar “momentos de repouso e diversão”, e “crescimento espiritual, a milhares de crianças e jovens ucranianos “longe do ambiente dramático da guerra”.
Este ano, o projeto ‘Férias com Deus’ apoia 285 jovens e crianças ucranianas de quatro paróquias da Diocese de Kamyanets-Podilskyi, e contou com a ajuda solidária do ‘Clube Darca’, Associação Juvenil para raparigas do 5.º ao 12.º ano, ligado à Opus Dei, e da Fundação Maria José e João Gagliardini Graça.
Participaram cerca de 40 raparigas e por cada hora de estudo, “sem batota – sem conversas nem telemóveis a distrair”, 1 euro, de empresas que se associaram ao Clube Darca, revertia para este projeto de férias, no final angariaram 526 euros.
Maria do Rosário Almeida e Sousa salientou que este foi um “projeto motivador”, o objetivo era que as jovens portuguesas, “por um lado, aprendessem a estudar melhor, por outro, que esse estudo tivesse consequências”, para crianças que estão desfavorecidas ou que “estão em situação problemática”.
Já Maria João Gagliardini Graça, que é responsável com o marido de uma fundação que tem o nome do casal, explicou que “esta ideia de apoiar as crianças da Ucrânia”, através da Fundação AIS”, se enquadra na vontade fundacional de ajudar “os mais fracos, os mais frágeis da sociedade”, seguindo a proposta do Papa Francisco de irem “até às periferias”.
A Fundação Maria José e João Gagliardini Graça, por exemplo, no Bairro da Cruz Vermelha, em Lisboa, apoia aproximadamente 30 crianças, dos 4 aos 15 anos de idade, e também idosos, com a ideia de “retirá-los do isolamento”.
A fundação pontifícia AIS lembra que a guerra na Ucrânia, que começou com o ataque militar e invasão da Rússia, a 24 de Fevereiro de 2022, “provocou a maior crise humanitária na Europa, desde a II Guerra Mundial, forçando milhões de pessoas a abandonar as suas casas”, e está a ter “um impacto devastador na população e muito concretamente entre as crianças e os jovens”.
O bispo de Kamyanets-Podylskyi explicou que as crianças e os jovens “são especialmente vulneráveis à guerra, à dor e à perda de entes queridos”, e querem ajudá-los neste período “tão difícil e organizar férias”, lembrando que esta experiência teve já resultados notáveis, em anos anteriores.
“Muitas crianças e jovens viveram momentos inesquecíveis no âmbito do projeto ‘Férias com Deus’ e puderam escapar à guerra e aos frequentes ataques aéreos, pelo menos por um curto período de tempo, para terem algum descanso físico, receberem apoio espiritual e esperança”, desenvolveu D. Leon Dubravskyi, adiantando que, no inverno deste ano, querem também “organizar férias para crianças e jovens”.
CB/OC