«Relatório 2025» abrange 196 países, para Leão XIV é «um poderoso instrumento de sensibilização»

Lisboa, 16 out 2025 (Ecclesia) – A editora-chefe do novo Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que é apresentado no dia 21 de outubro, afirma que “é necessária uma ação concreta para combater as violações” a esse direito.
“É necessária uma acão concreta para combater as violações à liberdade religiosa, mas antes da ação, é preciso consciência, é por isso que o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo da Fundação AIS é uma ferramenta tão essencial. Fornece informação verificada sobre as violações deste direito em todo o mundo e diz respeito a todos os grupos religiosos”, disse Marta Petrosillo, citada pelo secretariado português da AIS, na informação enviada à Agência ECCLESIA.
A editora-chefe do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo da AIS observa que esta fundação é uma instituição católica, mas “o relatório aborda a situação de todas as comunidades”, porque se a liberdade religiosa “for negada a um único grupo, já não existe verdadeira liberdade religiosa para ninguém”.
“A liberdade religiosa é um direito humano, não um privilégio”, salienta, sobre o direito que está consagrada no artigo 18.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Marta Petrosillo adiantou que o continente africano “é claramente uma das regiões mais afetadas pelo extremismo religioso”, especialmente em países como “o Burquina Fasso”, mas esse extremismo afeta “igualmente” o Médio Oriente e regiões da Ásia, “onde a perseguição é motivada por governos autoritários — como na Coreia do Norte — e por nacionalismo étnico-religioso, como no caso da Índia”.
“Na América Latina, assistimos cada vez mais a casos de perseguição religiosa, como na Nicarágua”, acrescentou.
A Fundação pontifícia AIS publica o Relatório da Liberdade Religiosa do Mundo, de dois em dois anos, e a edição 2025 é lançada no dia 21 de outubro, “nas principais capitais europeias”; em Lisboa, o documento vai ser apresentando por Nuno Rogeiro, a partir das 16h30, no Centro Nacional de Cultura, no Chiado.
“O relatório abrange 196 países, com contributos de especialistas, académicos e jornalistas que documentam restrições e violações da liberdade religiosa, podem resultar do enquadramento legal como de incidentes de violência ou repressão. Com base na gravidade destas violações, os países são classificados como locais de discriminação ou de perseguição”, desenvolveu.
Marta Petrosillo explicou que a classificação como “países de perseguição” acontece onde grupos religiosos enfrentam, entre outras formas de abuso, “assassinato, deportação, rapto, conversão forçada, casamento forçado ou acusações de blasfémia”, e são “países de discriminação” quando existem limitações, como a imposição de uma religião oficial.
O Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo foi publicado, pela primeira vez, em 1999, e, Marta Petrosillo salienta que, hoje, é “o único relatório global produzido por uma organização não-governamental que documenta a situação da liberdade religiosa em todos os países do mundo”
O Papa Leão XIV disse que este relatório “tem sido um poderoso instrumento de sensibilização – testemunha, dá voz aos que não têm voz e revela o sofrimento oculto de muitos -”, numa audiência à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) onde afirmou que “o direito à liberdade religiosa não é opcional, mas essencial”, no dia 10 de outubro, no Vaticano.
A Fundação AIS ajuda os cristãos perseguidos, ameaçados ou em necessidade, está presente em mais de 140 países e nasceu em 1947, após a Segunda Guerra Mundial.
CB/OC