Lisboa, 23 ago 2011 (Ecclesia) – A cidade de Estocolmo, na Suécia, acolhe até sábado a “Semana Mundial da Água”, reunindo 2500 peritos de 130 países e cerca de 200 representantes de organizações internacionais.
Atualmente, 1,6 mil milhões de pessoas vivem com falta de água e todos os anos morrem quase cinco milhões de pessoas, sobretudo crianças, por causa das doenças associadas ao consumo de água não potável ou a carências hídricas.
A questão tem merecido várias intervenções do atual Papa e dos responsáveis do Vaticano, destacando-se a mensagem para o dia da Santa Sé na Exposição internacional de Saragoça (Espanha), em 2008, sobre água e desenvolvimento sustentável.
Nesse texto, Bento XVI afirma que, “a água bem essencial e indispensável que o Senhor deu ao homem para manter e desenvolver a vida” é considerada “um bem que deve ser especialmente protegido através de claras políticas nacionais e internacionais”.
O Papa contestava “as posições daqueles que consideram e tratam a água apenas como um bem económico”, assinalando que “a sua utilização deve ser racional e solidária, fruto de uma sinergia equilibrada entre o setor público e o privado”.
Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010, Bento XVI alertava para a “questão, hoje mundial, da água e ao sistema hidrológico global, cujo ciclo se reveste de primária importância para a vida na terra, mas está fortemente ameaçado na sua estabilidade pelas alterações climáticas”.
Em 2007, numa mensagem escrita por ocasião do Dia Mundial da Água, o Papa afirmava que “a água é um direito inalienável”, pedindo que todos possam ter acesso a ele, “em particular quem vive em condições de pobreza”.
No seu pontificado, Bento XVI nomeou para a Academia Pontifícia das Ciências um dos cientistas mundiais mais respeitados em matéria de hidrologia e ciências ambientais, o venezuelano Ignacio Rodriguez-Iturbe, que recebeu o Prémio Estocolmo da Água em 2002, uma espécie de “Nobel” neste campo.
Em 2009, o Vaticano marcou presença no V Fórum Mundial sobre a Água, em Istambul, com uma nota intitulada “Água, um elemento essencial para a vida”.
O documento foi preparado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), defendendo o acesso universal a “uma água limpa e a um saneamento seguro”, concentrando a sua posição no reconhecimento do acesso à água como um direito humano.
A Semana Mundial da Água tem como tema “Respondendo às mudanças Globais: A Água num Mundo em Urbanização”.
OC