«Demasiados africanos têm estado privados desse bem», disse hoje o presidente do Conselho Pontifício «Justiça e Paz»
Cidade do Vaticano, 12 out 2016 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz” destacou hoje a importância de um esforço da comunidade internacional, com a Igreja Católica e outras organizações religiosas, para melhorar o acesso à Saúde no continente africano.
“Demasiados africanos têm estado privados desse bem e há demasiado tempo, apesar dos progressos significativos nos campos da tecnologia, dos tratamentos e da prevenção, que se tornaram comuns nas economias mais abastadas do mundo”, apontou o cardeal Peter Turkson.
O responsável católico abordou esta questão durante o terceiro simpósio germano-africano sobre Cuidados de Saúde que está a decorrer na cidade de Berlim, na Alemanha.
Aquele representante do Vaticano salientou a importância do contributo das organizações da Igreja Católica e de outras instituições de cariz religioso, que “assumem frequentemente uma significativa responsabilidade na aplicação dos cuidados de saúde, sobretudo na África subsaariana e em especial entre os setores mais pobres da população”.
Contudo, elas muitas vezes não têm “lugar” na “definição dos planos de saúde, a nível nacional ou local” e veem a sua ação limitada devido à falta de “recursos económicos”.
“Estes fundos são essenciais para favorecer a manutenção dos sistemas de saúde em curso; do treino, recrutamento e manutenção de profissionais; bem como na provisão do necessário para enfrentar a crescente onda de pandemias globais como o HIV, a tuberculose, a malária e outras infeções que afetam os setores mais pobres da sociedade”, frisou o cardeal Turkson.
Na sua intervenção, o presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz” lembrou a encíclica “Laudato Si”, que o Papa Francisco dedicou aos temas da Ecologia e do Ambiente, mas também à justiça social e ao bem-comum.
“O Papa exorta-nos a pensar no nosso relacionamento com o mundo e com as pessoas. Cuidar da nossa casa comum, e de todas as pessoas da Terra, implica não apenas uma revolução tecnológica e económica, mas também cultura e espiritual, uma mudança profunda na maneira de encarar o relacionamento entre as pessoas e com o ambiente”, salientou.
JCP