Francisco mantém vontade de visitar país afetado pela violência e a fome
Cidade do Vaticano, 30 mai 2017 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, descartou hoje a possibilidade de uma viagem do Papa ao Sudão do Sul em 2017, apesar da vontade de Francisco em visitar o afetado pela violência e a fome.
O projeto de visita apostólico mantém-se em estudo e a viagem poderia acontecer em 2018, acrescentou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, em declarações aos jornalistas.
Em fevereiro deste ano, o Papa tinha manifestado a sua intenção de visitar o Sudão do Sul, a braços com uma crise política e alimentar, a convite de líderes cristãos locais.
“Estou a estudar, com os meus colaboradores, eles estão a estudar a possibilidade de uma viagem ao Sudão do Sul”, disse, no decorrer de uma visita inédita à igreja anglicana de Todos os Santos, em Roma.
Numa conversa com os membros da comunidade, Francisco recordou que em outubro de 2016 se encontrou com os principais líderes cristãos do Sudão do Sul, com quem debateu o cenário de guerra civil no mais jovem país africano, anunciou a sala de imprensa da Santa Sé.
D. Paulino Lukudu Loro, arcebispo de Juba (Igreja Católica); Daniel Deng Bul Yak, arcebispo da Igreja Episcopal (Anglicana); e Peter Gai Lual Marrow, da Igreja Presbiteriana, convidaram o Papa a visitar o país africano, juntamente com o primaz da Igreja Anglicana, Justin Welby.
O Comité de Colaboração Médica do Sudão do Sul referiu que, neste momento, quase seis milhões de pessoas precisam de assistência humanitária no país, alertando para a “difusão de graves epidemias, como o sarampo e a cólera”, além da fome que afeta muitas pessoas, especialmente as crianças.
A situação é agravada pelo conflito que se iniciou em dezembro de 2013, quando o presidente, Salva Kiir, acusou o vice-presidente ex-líder dos rebeldes, Riek Machar, de planear um golpe de Estado.
A Igreja Católica no Sudão do Sul diz que o país está “à beira do colapso”, com milhões de pessoas a enfrentarem a pobreza e a fome.
Numa mensagem difundida na última semana pela'Caritas Internationalis', D. Erkolano Tombe, presidente da Cáritas do Sudão do Sul, realçou que “há pessoas a morrer” e que “sem uma ajuda de emergência, a situação irá com certeza agravar-se”.
Na sua única viagem a África, até hoje, o Papa Francisco visitou o Quénia, Uganda e República Centro-Africana, de 25 a 30 de novembro de 2015.
OC