Para a «Igreja Católica é um continente em crescimento», assinala Leopoldina Reis Simões, da Comissão de Comunicação do Sínodo
Roma, 18 jan 2023 (Ecclesia) – A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM) apresentaram as “primeiras reflexões” da Etapa Continental do caminho sinodal que tem “desafios comuns”, como a família, os jovens.
“Embora os interlocutores não falassem a uma só voz, o caminho sinodal percorrido aponta desafios comuns a todo o continente”, explica Leopoldina Reis Simões, membro da Comissão de Comunicação do Sínodo 2021-2024, em informação enviada à Agência ECCLESIA.
A conferência de imprensa de apresentação do processo sinodal em África, realizada esta terça-feira pela plataforma Zoom, contou com a intervenção de D. Luis Marin de San Martin, subsecretário da Secretaria Geral do Sínodo, e representantes da Conferência Episcopal do Oceano Índico (CEDOI), das Conferências Episcopais Regionais da África Ocidental (RECOWA/CERAO), da Conferência Episcopal Regional do Norte de África (CERNA), e da Associação de Conferências Episcopais da Região Centro-Africana (ACERAC).
Leopoldina Reis Simões indica que uma das preocupações é com a família, “com realidades e tensões diversas como a das mães solteiras, as famílias divididas e os casamentos arranjados”, e no âmbito da pastoral juvenil, os jovens são entendidos como “uma prioridade” para a Igreja Católica em África.
“A Igreja em África reflete também a missionação e evangelização, e a relação com a sociedade civil, nomeadamente com a cultura, política e justiça. As conclusões apontam para a necessidade de ‘acompanhar as pessoas’, para que a Igreja ‘possa contribuir para o desenvolvimento da sociedade’, desenvolve.
Uma grande variedade de culturas, idiomas e a presença de várias religiões – para a “Igreja Católica é um continente em crescimento” – caraterizam África, o diálogo ecuménico e inter-religioso são dimensões em discussão num continente onde existe o “problema e desafio do extremismo religioso”.
Numa Igreja com as marcas da “precariedade e da fragilidade” existe a necessidade de maior atenção aos migrantes e aos refugiados, “pessoas em trânsito”, e aos marginalizados, como os pobres e os excluídos.
O documento de trabalho para a etapa continental do Sínodo 2021-2024, a partir de sínteses oferecidas por conferências episcopais e organismos católicos, tem como tema uma passagem do livro bíblico do profeta Isaías, “Alarga o espaço da tua tenda” (Is 54,2).
“Os vários interlocutores expressarem a sua preferência pela imagem de uma casa como imagem para a Igreja, ao invés de uma tenda, por lhes lembrar precariedade, inconstância, falta de fundações, organização”, explicaram, informa Leopoldina Reis Simões, da Comissão de Comunicação do Sínodo 2021-2023.
Os secretários das várias conferências episcopais regionais de África assinalaram também que esta segunda etapa é um importante caminho que a Igreja deve fazer, “como um processo alegre, aberto, “um dom”.
A Assembleia Continental Sinodal de África e Madagáscar vai realizar-se de 1 a 6 de março, em Addis Abeba, na Etiópia, e vão participar 155 delegados: 27 leigas, 26 leigos, 16 jovens raparigas, 16 rapazes, 5 seminaristas, 5 noviços, 8 irmãos, 12 irmãs, 18 sacerdotes, 15 bispos e 7 cardeais.
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