África: Papa pediu que Igrejas sejam «Igreja de acolhimento», disse arcebispo de Tunes

Cidade do Vaticano, 03 fev 2015 (Ecclesia) – O arcebispo da capital da Tunísia revelou o interesse do Papa Francisco nas condições de vida dos migrantes que tentam chegar à Europa e o pedido que permaneçam como “Igreja de acolhimento”.

“Informou-se de como [os migrantes] chegam, como partem, como os que são presos vivem; o que fazemos e o que faz a Igreja local por eles”, recordou D. Ilario Antoniazzi que destaca que o Papa disse “claramente” que eram “Igreja de acolhimento”.

O prelado considerou o encontro desta segunda-feira entre Francisco e os bispos do norte de África um “momento muito importante e encorajador ao mesmo tempo”.

"Fiquem, a vossa oração, o vosso sofrimento, que é o vosso testemunho de vida, é muito mais importante do que a palavra que podeis dizer, porque Cristo age não por meio da vossa palavra, mas por meio da vossa vida”, disse Francisco, explicou o arcebispo de Tunes.

D. Ilario Antoniazzi comentou têm “mais medo” dos elementos do autoproclamado Estado Islâmico que tentam “entrar às escondidas”, por mar, pela Líbia e outros países, para “organizar células” do que a realidade que as televisões transmitem.

“Podem causar perigos no futuro. Até agora estamos tranquilos e vivemos uma vida normal na Tunísia”, observou à Rádio Vaticano.

Neste contexto, assinalou que o norte da África também é Marrocos, a Argélia e a Tunísia e como pediu o Papa o testemunho baseia-se na sua vida.

“Não podemos fazer qualquer tipo de proselitismo e todo o apostolado é feito dentro das igrejas”, revela D. Ilario Antoniazzi depois de assinalar que na Líbia os cristãos que acompanham os bispos “vivem uma vida de perigo diário”.

O arcebispo da capital da Tunísia comenta que são uma igreja que acolhe “dezenas de milhares” de cristãos, desde estudantes a operários, que quando regressam aos países de origem consideram-se cristãos “mais ricos”, algo que impressiona os prelados.

“Vivemos  com um povo também muçulmano, que pratica a sua fé, que acredita na sua fé no único Deus, como o nosso, e que nos ensinou muito a colocar Deus no centro da nossa vida”, cita o que os cristãos migrantes comentam.

Para o Papa o diálogo inter-religioso é importante e o arcebispo de Tunes destaca que com o Islão é “fundamental” uma vez que vivem com uma “comunidade muçulmana que é calma” e que reconhece o trabalho que os cristãos desenvolvem, nomeadamente pela Cáritas, escolas e outras obras.

D. Ilario Antoniazzi disse que para além de serem “muitas vezes” convidados para reuniões entre muçulmanos e cristãos também as promovem porque são “muito importantes” para o conhecimento mutuo.

“Devemos conhecer o Islão porque há pessoas realmente boas, que querem a paz, que colaboram connosco. E chegar lá com medo é a pior coisa que podemos fazer”, acrescentou.

RV/CB

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