Padre Pier Luigi Maccalli, que também foi vítima de rapto, pede «paz e libertação para eles e para o Sahel»
Lisboa, 27 dez 2022 (Ecclesia) – O padre Pier Luigi Maccalli, da Sociedade de Missões Africanas, pediu a libertação imediata de pelo menos 10 pessoas que foram raptadas por grupos terroristas jihadistas na região do Sahel (África), onde se encontra também o padre Hans-Joachim.
“Não posso deixar de sentir solidariedade com as famílias de todos os reféns no Sahel e este ano a minha oração perante o presépio é por eles: que haja paz e libertação para eles e para o Sahel”, escreveu o sacerdote italiano, num texto citado pela Agência Fides, divulga a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, o padre Pier Luigi Maccalli assinalou que no Natal “as famílias estão habituadas a reunir” e a celebrar à volta de uma mesa mas, “para alguns, haverá um lugar vazio nos seus corações”.
O sacerdote italiano da Sociedade de Missões Africanas que também foi vítima de rapto, durante mais de dois anos, nesta região de África explicou que essa experiência no deserto durante o tempo de cativeiro deixou-lhe um sentimento de “forte comunhão de coração com todas as vítimas inocentes”.
Neste sentido, na véspera de Natal, o padre Pier Luigi Maccalli lançou um apelo para a libertação dos reféns dos grupos terroristas jihadistas, mas também para a paz na região do Sahel.
A Ajuda à igreja que Sofre assinala que entre as pessoas em cativeiro está o padre Hans-Joachim Lohre, também conhecido como Ha-Jo; o sacerdote alemão da Sociedade dos Missionários de África [os Padres Brancos] foi raptado no dia 20 de novembro, em Bamako, a capital do Mali, país onde está há cerca de 30 anos, quando ia celebrar uma Missa numa igreja na região.
A fundação pontifícia, que acompanha com “preocupação” este caso, explica que o padre Hans-Joachim Lohre desenvolvia um importante trabalho de diálogo inter-religioso, era professor no Instituto de Educação Cristã-Islâmica, e o seu sequestro foi visto como “mais um sinal da deterioração das condições de vida da comunidade cristã neste país africano”.
Segundo a organização internacional católica, os grupos jihadistas atuam com “relativa impunidade” nos países da região do Sahel, concretamente no Mali e em países como o Níger ou Burquina Faso, e entre os outros nove reféns estão pessoas da Roménia, Austrália, dos Estados Unidos da América e Itália.
A Agência Fides, do Vaticano, lembrou ainda que os grupos jihadistas têm em cativeiro o padre Joël Yougbaré, raptado a 17 de março de 2019, no Burquina Faso, o mesmo país onde foi sequestrado no dia 4 de abril de 2015 o romeno Iulian Ghergut, que “é quem está há mais tempo privado de liberdade”, lê-se na AIS.
CB/OC