África: Fundação pontifícia alerta para «centenas de cristãos» presos na Eritreia

Lisboa, 02 abr 2016 (Ecclesia) – A Fundação Pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’ (AIS) alerta que o regime da Eritreia “mantém centenas de cristãos nas prisões” – “mais de 300” -, dando conta das “denúncias recentes” de organizações de defesa dos direitos humanos.

“Os cristãos são uma das comunidades religiosas mais perseguidas, havendo relatos continuados que apontam para a existência da prática de tortura nas prisões eritreias”, informa a AIS.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia recorda que a Eritreia foi classificada de “Estado autoritário”, num relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em junho de 2015.

Com 500 páginas, o relatório da Comissão de Inquérito da ONU explica que “não é a lei que rege os eritreus, mas o medo”, um país onde os cidadãos são controlados por um “grande aparato de segurança que está presente em todos os níveis da sociedade”.

Segundo a AIS, as informações da Eritreia “são muito escassas” e dá conta da página ‘Sactism’, na rede social “Facebook”, onde denunciam-se “violações” aos direitos humanos, e em dois meses conta com mais de 17 mil seguidores.

O jornal britânico ‘The Guardian’ adianta que a página ‘Sactism’ foi criada por um antigo funcionário do governo que fugiu com “uma série de documentos” que pretende ir revelando aos poucos para “expor os crimes” do regime Eritreu.

Já a ‘Amnistia Internacional’ considera que o regime do presidente Isaias Afwerki é “despótico” e alerta para a existência de prisões secretas com “mais de 10 mil presos políticos”.

A AIS também tem denunciado a situação de “extrema violência” registada na Eritreia como no relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’ onde o país integra as nações consideradas críticas “pelos piores motivos”.

No comunicado, a fundação pontifícia recorda que durante o período de tempo avaliado no relatório – 2013 a 2015 – quatro bispos da Eritreia publicaram uma carta onde denunciam que a situação de perseguição no país está associada à migração da população para “viverem em países pacíficos”.

CB

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Agência ECCLESIA

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