África: Francisco abençoou jovem seropositiva e antigo menino-soldado

Papa desafia jovens do Uganda a ser «vencedores» sem perder a esperança perante dificuldades

Campala, 28 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa encontrou-se hoje na capital do Uganda com dezenas de milhares de jovens católicos, que convidou a superar as dificuldades com “esperança”.

Durante uma celebração no Kololo Airstrip de Campala, um antigo aeroporto, Francisco que abençoou uma jovem seropositiva e um antigo menino-soldado, sequestrado pelo autodenominado Exército de Resistência do Senhor (LRA, sigla em inglês), liderado por Joseph Kony.

“Se transformo o negativo em positivo, sou um vencedor”, disse, numa intervenção improvisada, em espanhol, traduzida posteriormente para a multidão.

O Papa reforçou a importância do testemunho de fé dos cristãos que foram martirizados no Uganda, em finais do século XIX, e disse que o esforço de transformar as dificuldades em esperança é algo que “só se pode fazer com a graça de Jesus”.

“Estão dispostos a transformar todas as coisas negativas em positivas, na vida?”, perguntou aos jovens, numa conversa dificultada por problemas no sistema de som instalado no local.

Apesar dos problemas, os participantes responderam com gritos e palmas aos desafios do Papa, que os convidou a “transformar o ódio em amor”, a “guerra em paz”.

Francisco foi recebido em entusiasmo no grande espaço ao ar livre, onde chegou num papamóvel descoberto, que acolhia milhares de pessoas desde as primeiras horas da manhã.

O Papa e todos os presentes ouviram o testemunho de Winnie, de 24 anos, que perdeu os seus pais quando era criança e falou da sua condição de seropositiva e disse que os doentes de Sida precisam de “amor” e não de “rejeição”.

A jovem ajoelhou-se aos pés do Papa, que a abençoou, e Francisco disse depois à multidão que era importante “lutar contra a depressão, lutar contra a Sida, pedir ajuda para superar essas situações, mas lutar sempre, com o desejo e a oração”.

Outro dos testemunhos foi de Emanuel, antigo seminarista que foi raptado e torturado em 2003 pelo LRA, tendo conseguido fugir; alguns dos seus amigos morreram às mãos dos rebeldes.

O Papa elogiou a “fé” deste jovem, que foi capaz de seguir em frente, sublinhando que “uma experiência negativa pode servir para algo na vida”.

“Podemos fazer grandes milagres na vida, transformar uma parede num horizonte, que abra o futuro”, precisou.

Francisco quis depois sublinhar a importância da oração e referiu que os ugandeses são “um povo de mártires”.

“Jesus pode mudar a tua vida”, disse aos jovens.

O encontro com o Papa contou com setores reservados para jovens surdos e para refugiados.

No final do evento, Francisco seguiu para Nalukolongo, onde vai visitar uma Casa de Caridade que acolhe pobres de todas as etnias e credos.

OC

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Agência ECCLESIA

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