África: Comunidade de Santo Egídio reuniu pela primeira vez candidatos presidenciais da República Centro-Africana

Encontro acontece em vésperas da visita do Papa e procura atenuar clima de tensão no país

Lisboa, 28 nov 2015 (Ecclesia) – A comunidade católica de Santo Egídio anunciou hoje que conseguiu reunir pela “primeira vez” todos os candidatos às próximas eleições presidenciais da República Centro-Africana, em vésperas da visita do Papa ao país.

A organização católica, que mediou, entre outras, a assinatura dos acordos de paz em Moçambique, assinala que o encontro de sexta-feira em Bangui quis sublinhar a importância do ato eleitoral marcado para 27 de dezembro como “único caminho para sair do túnel de violência que ensanguenta o país há anos”.

Marcaram presença cristãos e muçulmanos, para além de representantes do contingente de paz da ONU na República Centro-Africana.

Os participantes decidiram enviaram uma mensagem de saudação ao Papa, “peregrino da paz”, que chega ao país este domingo.

Antes de partir para a primeira viagem da sua vida a África, que se iniciou esta quarta-feira no Quénia, Francisco gravou uma mensagem em vídeo para a população da República Centro-Africana (RCA), na qual manifestou a intenção de “apoiar o diálogo inter-religioso” e a paz no país.

A situação de violência chegou a colocar questões sobre a possibilidade desta última etapa da viagem, escolhida pessoalmente pelo Papa.

A RCA procura sair da crise provocada pela coligação rebelde dos ‘Seleka’, que começou a atuar em 2012, com uma maioria de muçulmanos e de mercenários do Chade e do Sudão.

A chegada deste grupo ao poder levou à reação dos “antibalaka”, que combateram os rebeldes, de forma violenta, atingindo também os muçulmanos.

“O objetivo da minha visita é sobretudo levar, em nome de Jesus, consolo e esperança. Espero de coração que a minha visita possa contribuir, de uma forma ou de outra, para atenuar as feridas e favorecer as condições por um futuro mais sereno para a República Centro-Africana e todos os seus habitantes”, sublinhou Francisco.

Já este domingo, o Papa vai abrir simbolicamente a porta santa do Jubileu da Misericórdia na Catedral de Bangui, desejando que este ano seja “oportunidade de perdão autêntico, ocasião para receber e oferecer e de renovação no amor”.

OC

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