África: «Centenas de crianças recebem treino militar de jihadistas» denúncia fundação pontifícia

Lisboa, 21 jul 2015 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre alerta que “centenas de crianças” estão a receber treino militar em campos de grupos jihadistas em África, cerca de 1500, muitas da República Democrática do Congo.

“Estas crianças, muito pobres, estão a ser conduzidas para estes campos de treino militar onde são brutalizadas e doutrinadas pelas milícias islâmicas”, explica a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

A vice-diretora de comunicação internacional da fundação pontifícia acrescentou que para além de crianças órfãs existe também quem “deixe as suas famílias” depois de “aliciada” com a oportunidade de "estudar no Médio Oriente, Europa ou no Canadá".

Numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, a AIS revela que as informações recolhidas apontam para a existência de, pelo menos, “três acampamentos nas montanhas Ruwenzori”, entre o Uganda e a República Democrática do Congo.

Neste local foram vistos rapazes, “alguns com apenas nove anos de idade”, a fazer exercícios militares vigiados por “homens armados”.

As fontes da AIS, “que não podem ser identificadas por questões de segurança”, adiantaram ainda que nestes campos também foram vistas “jovens raparigas” com burkas e que estariam “alegadamente” a ser preparadas para “casarem com combatentes islâmicos”.

Maria Lozano que definiu estes campos de treino como algo “muito perturbador” frisou que as meninas “estão a ser forçadas a casar e que vão ser tratadas como escravas sexuais”.

Segundo a AIS estes relatos coincidem com a “crítica” de que os militares das Nações Unidas na região “nada têm feito para impedir esta situação” que tem criado um sentimento de “insegurança” na população local.

O comunicado recorda ainda que os bispos católicos da província eclesiástica de Bukavu, no leste da República Democrática do Congo, enviaram uma carta aberta que denunciava o “recrudescimento do fundamentalismo jihadista” nesta região “tradicionalmente cristã”, ao presidente do país, às Nações Unidas e a vários líderes internacionais, em maio.

AIS/CB

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