Sacerdote católico foi assassinado num clima de crise sociopolítica e ameaças à Igreja Católica
Lisboa, 16 abr 2018 (Ecclesia) – O Conselho Permanente da Conferência dos Bispos da República Democrática do Congo (CENCO) alertou para o impasse no processo eleitoral e para a crise sociopolítica que afeta o país africano.
A CENCO mostra-se “muito preocupada” com o atraso na implementação dos pré-requisitos exigidos pelo ‘Acordo de Ano Novo’ para “a organização de eleições livres, transparentes e pacíficas”.
A posição do episcopado surge dias depois do assassinato de um sacerdote católico, padre Etienne Sengiyumva, e de vários “ataques e intimidações” contra a Igreja Católica, assinala o portal ‘Vatican News’.
Os bispos mostram-se preocupados com os aspetos técnicos da votação, e particularmente com a certificação das máquinas de votação, mas também mencionam a questão da dupla nacionalidade, dizendo temer “o aumento das tensões identitárias e a instrumentalização da Justiça para um ajuste de contas político”.
Os bispos também lamentam a crescente tensão diplomática entre o atual governo, ainda controlado pelo presidente cessante Joseph Kabila -apesar da conclusão do seu mandato constitucional em dezembro de 2016 – e a comunidade internacional.
“Uma tensão que infelizmente levou a tomadas de decisões que penalizam ainda mais o povo congolês”, lamenta a CENCO, mencionando em particular a recusa do governo congolês em participar na conferência dos doadores para dar resposta à crise humanitária na RDC, esta sexta-feira.
O representante do Vaticano na conferência de Genebra alertou, por sua vez, para a “necessidade urgente” de progressos no processo político rumo às eleições presidenciais no próximo mês de dezembro.
D. Antoine Camilleri, subsecretário do Vaticano para as relações com os Estados, denunciou a “crise humana” na República Democrática do Congo, que atinge cerca de 13 milhões de pessoas e as coloca em “risco de sobrevivência”.
OC