Afabilidade de Mons. Nunes Pereira deixou saudades

Apesar das raízes profundas na Beira Interior, Monsenhor Nunes Pereira era “de uma afabilidade extrema” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Jesus Ramos, Sacerdote da diocese de Coimbra, que falou no colóquio comemorativo do centenário do nascimento de Mons. Nunes Pereira. Nesta iniciativa, realizada dias 27 e 28 de Outubro, no Seminário de Coimbra, abordaram-se três facetas da vida do homenageado: perfil humano, sacerdotal e artístico. No período formativo, Mons. Nunes Pereira contactou com “excelentes mestres”. Pessoas que tiveram “grande influência” no seu percurso sacerdotal. “Mons. Nunes Pereira foi colega do Pe. Américo e de outros sacerdotes muito conhecidos na Igreja de Coimbra” – realçou o Pe. Jesus Ramos. Durante a sua vida foi pároco em várias localidades da diocese “onde deixou marca”. Na paróquia de Coja (concelho de Arganil) fez “uma acção pastoral muito interessante”. “Movimentava a juventude com teatro, com representações e ensinava através da arte” – frisou o orador. E acrescenta: “servia de incentivo pastoral porque utilizava a arte para evangelizar”. A arte nasceu com ele e ele aperfeiçoou esse dom. O Pe. Jesus Ramos contou que quando Mons. Nunes Pereira esteve na Paróquia de S. Bartolomeu (cidade de Coimbra) os registos paroquiais tinham desenhos artísticos. “A primeira letra da criança baptizada era feita com adornos artísticos”. E completa: “deixou a arte impressa na documentação eclesiástica”. Para as reuniões levava sempre um bloco onde fazia desenhos. “Depois entregava-os às pessoas caricaturadas”. Nascido a 3 de Dezembro de 1906, na aldeia de Fajão (Pampilhosa da Serra), Mons. Nunes Pereira agarrou o telurismo da sua terra natal. “Parecendo quase um «lavrador» tinha uma cultura acima da média e era sempre proveitoso falar com ele” – afirmou o Pe. Jesus Ramos. No contacto com as pessoas “era muito afável e deixou uma saudade grande”. Mesmo depois de deixar o serviço paroquial, em 1980, Mons. Nunes Pereira “era convidado para as reuniões arciprestais”. E finaliza: “o melhor livro dele «O cadeiral de Santa Cruz» – feito aos pedaços e publicado no Correio de Coimbra – é uma obra excelente”. Cada cadeira do mosteiro tem “um motivo e ele fez a cópia de todas aquelas figuras com notas explicativas. É um tratado dos símbolos”

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