Advento: Patriarca de Lisboa apela a rejeitar habituação à «indiferença» e pede orações pelos «países feridos pela guerra»

D. Rui Valério incentiva clero e comunidades cristãs a iniciar tempo que antecede o Natal «com humildade e com confiança»

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Lisboa, 27 nov 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa lançou hoje a mensagem para o Advento, na qual apela a rejeitar a habituação à “indiferença”, perante a situação atual de violência no mundo, e pede orações pelos países em guerra.

“Vivemos num mundo inquieto, marcado pela violência, pelo insulto fácil, por atentados sistemáticos à dignidade da pessoa humana e à liberdade dos povos. Como cristãos, não podemos habituar-nos à indiferença. A esperança cristã não anestesia; mobiliza”, afirmou D. Rui Valério no texto publicado no site do Patriarcado de Lisboa.

Evocando o Advento como “tempo de solidariedade e comunhão”, D. Rui Valério dirige o pensamento e oração “aos países feridos pela guerra, onde o sofrimento dos inocentes clama ao Céu”.

“É impossível viver este tempo santo sem recordar a Terra Santa – a terra onde nasceu Jesus, onde João Batista anunciou a conversão, onde Isaías sonhou a paz universal”, destacou.

Rezamos pelos povos martirizados – como a Ucrânia –, por todos os que sofrem perseguição, fome, luto e medo – entre os quais, não podemos esquecer os nossos irmãos cristãos perseguidos em todo o mundo, recordando especialmente os do Sudão e da Nigéria”, escreveu o patriarca de Lisboa.

D. Rui Valério lembrou também “aqueles que constroem a paz enquanto outros levantam armas”, exortando a orações “para que, no coração da humanidade, volte a surgir o deserto do Advento – onde Deus nos fala ao coração e nos reconcilia”.

Na mensagem dirigida ao clero e comunidades cristãs, D. Rui Valério assinala que, em Lisboa, o “Advento de 2025 nasce marcado por uma grande alegria: as ordenações de um presbítero e de treze diáconos, celebradas no início deste tempo de graça”.

O Mosteiro de São Vicente de Fora vai receber no dia 30 de novembro a ordenação de um padre, cinco diáconos permanentes e oito diáconos com vista o sacerdócio, numa celebração presidida pelo patriarca.

“Não é apenas um acontecimento para alguns; é um sinal dado a toda a Diocese. As ordenações recordam-nos que há um chamamento inscrito no coração de cada batizado. Deus não chama só alguns – chama todos”, realçou.

Segundo D. Rui Valério, “o Advento, com as ordenações”, lembra a todos que não caminham “para uma fé de espectadores, mas para uma fé de discípulos que se deixam encontrar, seduzir e enviar pelo Senhor”.

Este é, de acordo com o patriarca de Lisboa, “o tempo da esperança”: “Não uma esperança vazia ou adiada, mas aquela que nasce da presença viva de Cristo no meio de nós”.

“O Advento é um convite a recentrar o coração, a reordenar prioridades, a deixar cair o que é supérfluo para abraçar o que permanece: a presença de Jesus que nos acompanha nas alegrias e nas lágrimas, nas lutas e nos cansaços, nos sonhos e nas feridas”, sublinhou.

Para o responsável católico, “esperança não é esperar um futuro incerto”, mas reconhecer que Cristo caminha com todos.

No final da mensagem, o patriarca de Lisboa exorta a iniciar “o Advento com humildade e com confiança”.

Que cada família, cada comunidade, cada paróquia faça deste tempo um caminho de escuta, de esperança e de caridade. Que ninguém passe ao lado da voz de Deus, que ninguém fique indiferente à dor dos irmãos”, incentivou.

“Que Maria, Mãe da Esperança e Estrela do Advento, nos conduza ao encontro com Jesus. E que, quando chegarmos ao Natal, possamos reconhecê-l’O não só no Presépio, mas em cada vida, em cada pobre, em cada excluído, em cada ferida do mundo à espera de ser curada pelo amor”, concluiu D. Rui Valério.

A Igreja Católica assinala o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado tempo do Advento, este ano no dia 30 de novembro, compreendendo os quatro domingos anteriores ao Natal.

LJ/

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