Diocese do Porto propõe itinerário que acentua a dimensão comunitária da celebração e sugere que o Presépio seja colocado num caminho
Lisboa, 05 dez 2025 (Ecclesia) – O padre Amaro Gonçalo, da Diocese do Porto, afirmou o Natal dimensão de “caminhar juntos”, sugere a construção do Presépio num caminho e indica que “o Natal sinodal é o Natal com todos”.
Em entrevista emitida hoje no programa Ecclesia, o sacerdote da Diocese do Porto apresentou a “Caminhada diocesana do Advento de 2025 à Festa do Batismo do Senhor 2026”, intitulada “Todos esperam por Ti! Abre-nos caminhos de esperança!”, valorizando a dimensão da vivência comunitária do Natal.
“O Natal sinodal é o Natal com todos! Isto é, não organizarmos ou vivermos o Natal que é meu, não o Natal dos sós, mas o Natal com todos”, afirmou.
Para o padre Amaro Gonçalo, esta é uma “perspectiva sinodal”, e ajuda as pessoas “a celebrar o Natal não sozinhas, não isoladas, mas em família”, nomeadamente “na grande família que é a comunidade”.
“Nós hoje tendemos também muito a confinar o Natal ao espaço familiar, e é bom porque é necessário, mas depois o Natal precisa também de se alargar a uma comunidade maior, a uma família maior. Se calhar perdemos muito esta ideia. Estamos muito no foco do meu Natal e não do nosso Natal”, acrescentou.
“Caminhada diocesana do Advento de 2025 à Festa do Batismo do Senhor 2026” foi proposta à Diocese do Porto pela Equipa de Apoio à Coordenação da Pastoral, que não quis indicar um conjunto de atividades para todos, mas promover, num exercício de sinodalidade, que cada pessoa e cada comunidade descobrisse a forma de aplicar a caminhada a partir de um texto que é “uma fonte de inspiração”.
Vamos pegar nisto, vamos escutar, conversar e ver o que é que daqui pode ser mais urgente para a nossa comunidade, pode ter mais atualidade nas nossas comunidades”.
A caminhada de Advento e Natal proposta à Diocese do Porto está disponível na página da internet diocesana, e tem, entre os elementos que podem sugerir a ideia do caminho, da sinodalidade, a sugestão de construir o Presépio num caminho, à entrada de uma casa ou de uma igreja.
“O Presépio é sempre uma casa do caminho que nos mostra também que nós não temos aqui morada permanente e que estamos todos em demanda de uma pátria maior. E, portanto, neste sentido, a ideia era também que o presépio se deslocasse do seu lugar estático habitual, que porventura terá nas nossas casas ou nas nossas igrejas, e pudesse aparecer nas ruas, pudesse aparecer no caminho para a igreja”, afirmou.
Há um caminho até ao Presépio e há um caminho desde o Presépio. A casa do caminho fica ali, neste ponto de encontro, que é ponto de chegada e ponto de partida ao mesmo tempo”.
O sacerdote da Diocese do Porto, que é pároco de Senhora da Hora e Guifões, lembrou que “há um caminho da História da Salvação até o Natal e há depois um caminho que continua do Natal até à Páscoa, que é a culminância de toda a revelação, mas que no Presépio tem já o início da nossa salvação”.
Na entrevista emitida no programa Ecclesia, onde comentada a liturgia de domingo, o padre Amaro Gonçalo acrescentou que a proposta de caminhada de Advento e Natal na Diocese do Porto inclui o tema do Jubileu 2025, a esperança, porque “talvez não tenha sido suficientemente aprofundado”.
O jubileu talvez esteja mais marcado por um conjunto de eventos do que pelo cultivo da esperança como virtude teologal”.
O sacerdote referiu-se ainda aos muitos “apelos” do Natal, que antecipam a sua celebração e ao “frenesim que antecipa o Natal e que queima as etapas da preparação e da espera”. “Na verdade, quando preparamos uma festa, já estamos em festa”, afirmou, lembrando que “às vezes o melhor da festa é a sua preparação.
PR
