Mensagem para o tempo de Advento e Natal, assinada por D. José Cordeiro, D. Delfim Gomes e D. Nélio Pita, convida a «cultivar» a capacidade de maravilhamento

Braga, 08 nov 2025 (Ecclesia) – Os bispos de Braga assinaram uma mensagem para o tempo de Advento e Natal onde convidam a combater a indiferença, “a pressa, medo e cansaço” e a cultivar a capacidade de maravilhamento.
“Não permitais que a indiferença, a pressa, o medo ou o cansaço vos roubem a capacidade de vos maravilhar. Cristo nasce no silêncio da noite para dizer que a luz é mais forte do que qualquer escuridão. Nasce pobre para nos enriquecer com a simplicidade e a beleza do amor. Nasce como criança para nos recordar que a esperança é sempre mais jovem do que nós”, pode ler-se na mensagem «Jardim da esperança – o sim criativo», publicada no sítio da Internet da Arquidiocese de Braga.
A nota assegura que “Deus planta silenciosamente no coração do mundo”, e que a “sementeira discreta, há-de germinar”.
Os bispos afirmam que “o ‘sim’ criativo” tem a capacidade de transformar o mundo e que hoje o “sim ousado e confiante” é necessário nas “nas famílias, no trabalho, nas comunidades, e nas decisões silenciosas que moldam a vida de cada dia”.
“O filósofo Byung-Chul Han lembra que vivemos tempos de fadiga e dispersão, marcados pela aceleração e pelo cansaço, onde “já não habitamos o tempo; corremos atrás dele”. É precisamente aí que o testemunho cristão ganha força: quando ousamos dizer “sim” à vida, à fé e aos outros, apesar da fadiga ou do medo. A verdadeira criatividade nasce quando o amor procura caminhos onde antes só víamos obstáculos”, notam.
A mensagem sublinha que “cada palavra, cada reconciliação, cada cuidado oferecido em silêncio” é “uma semente de Deus a germinar”.
“O Natal é exatamente isso: Deus a semear de novo. Semeia paz onde há divisão. Semeia alegria onde há cansaço. Semeia justiça onde há indiferença. Semeia fraternidade num mundo que tantas vezes se fecha. Semeia esperança mesmo no mais rigoroso dos invernos… Tudo isso são sementes. E Deus nunca deixa de as semear em nós. Nenhum gesto de amor se perde. Nenhuma obra de justiça fica estéril. Nenhuma renúncia generosa deixa de produzir frutos”, assegura.
A mensagem, assinada por D. José Cordeiro, D. Delfim Gomes e D. Nélio Pita, convida a fazer nas famílias “verdadeiros “jardins de esperança”, onde se semeie e cultive beleza que salva o mundo.
“A alegria que se partilha, mesmo quando os dias são difíceis; a justiça que começa em casa, na forma como tratamos quem vive connosco; a paz que nasce de conversas serenas e da capacidade de escutar; a solidariedade que nos faz olhar para além das paredes do nosso lar; a fraternidade que nos recorda que ninguém se salva sozinho”, convida.
“Neste Advento vamos aceitar o convite para abandonar palavras vazias, de circunstância e vamos abraçar atitudes concretas de forma ativa e criativa. Talvez seja telefonar àquela pessoa de quem nos afastámos. Talvez seja passar menos tempo diante dos ecrãs e mais tempo diante das pessoas. Talvez seja guardar tempo para a oração e para a contemplação. Talvez seja transformar a mesa de Natal num lugar onde cada um é reconhecido e amado, desde a criança ao mais idoso, desde o familiar mais próximo ao vizinho que vive só”, sugere.
A Igreja Católica assinala o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado tempo do Advento, este ano no dia 30 de novembro, que compreende os quatro domingos anteriores ao Natal.
LS
