Funeral presidido por D. Manuel Clemente reuniu centenas de pessoas numa homenagem à vida e ao pensamento do falecido Bispo
O Bispo do Porto destacou esta Quinta-feira, 30 de Setembro, a vida e obra de D. Armindo Lopes Coelho, falecido aos 79 anos de idade, falando na sua “incansável aplicação”.
D. Manuel Clemente falava na homilia da Missa de exéquias do Bispo emérito do Porto, que juntou centenas de pessoas na Sé local.
Para este responsável, no momento de recordar o percurso do 67.º Bispo do Porto (1997-2007) e 2.º Bispo do Viana do Castelo (1982-1997), é justo destacar o seu profundo “seguimento de Cristo”.
Sobre o “ilustre prelado portucalense”, falecido a 29 de Setembro, o actual Bispo do Porto diz que este não é um tempo de nostalgia, mas de acção de graças pelo compromisso evangélico de D. Armindo Lopes Coelho.
“Agradecemos a Deus o dom que concedeu às igrejas a que D. Armindo serviu «até ao fim»”, indicou.
D. Manuel Clemente lembrou as complicações de saúde que o falecido Bispo viveu desde Outubro de 2006, quando foi vítima de uma acidente vascular cerebral, algo que “radicalizou” o referido seguimento de Cristo.
“Nos últimos tempos, mesmo quando as figuras e os nomes lhe escapavam, mesmo dos que lhe tinham sido mais próximos, aflorava-lhe facilmente um sorriso de grande acolhimento e serenidade”, relatou.
O Bispo do Porto falou numa vida “lúcida, serena, dedicada” e recordou a actualidade de três temas, afirmados por D. Armindo em três das suas últimas homilias, em 2006, “três tópicos maiores, que o eram e continuam a ser, porventura com maior pertinência ainda: a juventude e o seu futuro; a família e a sua prevalência; o sacerdócio e a sua verdadeira grandeza”.
A 7 de Maio de 2006, falando aos finalistas, o falecido Bispo alertou: os “sinais negativos da sociedade que construímos levam à exclusão social, que a todos afecta porque todos somos vítimas, praticando, sofrendo ou sendo testemunhas”.
Pouco depois, em Junho de 2006, no dia Diocesano da Família, em Felgueiras. D. Armindo Lopes Coelho afirmou: “A família não é para a sociedade e para o Estado. A sociedade e o Estado é que são para a família”
Em Outubro desse ano, na ordenação de sete sacerdotes, o então Bispo do Porto destacou a coragem que é necessária para ser padre nos nossos dias, frisando que “apesar de ataques, marginalizações, desconsiderações e desconfortos, é preciso haver quem ensine o Evangelho e esteja disponível para o ministério de Deus e para a paz entre os homens”.
No final da celebração, o corpo do falecido Bispo seguiu para o Cemitério da Lapa, ficando no jazigo da Diocese, onde esteve sepultado D. António Ferreira Gomes.
D. Armindo Lopes Coelho faleceu na Quarta-feira, 29 de Setembro, aos 79 anos de idade, e as reacções à sua morte têm surgido de vários quadrantes, da Igreja ao mundo político.