Refugiados, família e educação cristã entre os principais temas
Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 12 set 2015 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa afirmou no fim da visita “ad Limina” que os encontros na Santa Sé foram uma oportunidade para “pontualizar” o que acontece em Portugal, pedir “esclarecimentos” e “acompanhar” o estilo do Papa.
“O Papa Francisco contagia, ele é muito autêntico”, referiu D. Manuel Clemente, acentuando a “tónica que põe sempre na misericórdia.
“O Papa Francisco, põe sempre a tónica na misericórdia, na atitude de ir à procura do outro, por mais perto ou mais longe do outro, percebendo que nem todas as situações estão de acordo com o que é a proposta evangélica, mas nós temos de estar de acordo com o que é fundamento do Evangelho que é o amor por todos e por cada um”, referiu.
Os bispos de Portugal realizaram entre os dias 7 e 12 a visita “ad Limina” ao Vaticano para celebrar nas quatro Basílicas Papais (São Pedro, São Paulo, São João e Santa Maria Maior), um encontro com o Papa Francisco, que decorreu no primeiro dia, e reuniões de trabalho nos diferentes organismos da Cúria Romana.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a visita “ad Limina” é uma ocasião para “pontualizar” o que faz a Igreja Católica em Portugal e pedir esclarecimentos sobre as “orientações gerais” que partem do Vaticano.
“Na Igreja de Roma, que preside à caridade, dão-se instruções gerais para a vida da Igreja, porque a vida da Igreja decorre nas Igrejas particulares à volta do respetivo bispo”, referiu.
Para D. Manuel Clemente, a família e o tema da misericórdia são os mais relevantes de uma semana de encontros e diálogos na Santa Sé.
“A prioridade é a da atitude misericordiosa, a passar para as comunidades e o comum dos fiéis. Isto é, nós percebermos que se estamos do lado de Deus estamos do lado de todos. E isto é tão óbvio no Papa Francisco”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente afirma também a “centralidade do apoio à família”, da “preparação da família” e do “sustento material e espiritual das famílias, que quer dizer emprego, condições de vida e estar ao lado das famílias quando se levantam problemas”
“Fazermos das famílias o centro das comunidades cristãs para assim sermos também uma proposta à sociedade geral que só ganhará em por a família no centro”, sublinhou.
A visita “ad Limina”, que hoje terminou, fica também marcada pelo desafio do Papa deixado a todas as comunidades de acolherem uma família refugiada e pela temática da educação cristã, nomeadamente dos jovens.
No discurso aos bispos de Portugal, o Papa afirmou que a catequese deve fundamentar-se acima de tudo no “testemunho de vida”, disse que há “paróquias estagnadas” e “por vezes centradas e fechadas no ‘seu’ pároco” e pediu ao episcopado português para se preocupar com a “debandada da juventude”.
Em www.ecclesia.pt/adlimina2015 encontra a reportagem da visita “ad Limina”, as declarações essenciais e as fotografias dos principais acontecimentos da semana.