D. Manuel Felício fez um balanço da recente visita que o episcopado português realizou a Roma e a Francisco
Guarda, 18 set 2015 (Ecclesia) – O bispo da Guarda fez um balanço para o site da diocese sobre a visita ad limina a Roma, que o episcopado português realizou entre os dias 7 e 12 de setembro.
Daquela que foi a segunda visita do género em que participou, D. Manuel Felício destacou como “momento mais empolgante” o encontro com o Papa, uma ocasião marcada pelo “diálogo aberto” com os 38 bispos portugueses que seguiram viagem até ao Vaticano.
“Francisco colocou-se à nossa disposição para as preocupações que levávamos das nossas dioceses e ele também apresentou as suas”, frisou o prelado.
Durante a conversa com os membros da Conferência Episcopal Portuguesa, o Papa argentino abordou “problemas de fundo que afetam a sociedade” e que segundo o próprio não podem deixar a Igreja “indiferente”.
Segundo D. Manuel Felício, Francisco recordou “os efeitos negativos da globalização sem ética, o pecado da má distribuição da riqueza (17% da população com 80% do total da riqueza), e o crescimento demográfico zero ou abaixo de zero em muitos países ocidentais”.
Considerou também uma prioridade acompanhar “a realidade das famílias”, dos “adolescentes e jovens”, especialmente “na sua caminhada de formação e celebração da Fé”; e “das muitas paróquias que já não podem ter eucaristia dominical todos os domingos, por falta de sacerdotes”.
“O Papa recomendou-nos que, por força da nossa fé, encaremos com coragem estas e outras questões graves da vida do nosso tempo, sempre com muita esperança. Pediu-nos para levarmos às nossas comunidades estas suas preocupações, que rezássemos por ele e que a nossa intervenção sobre estes assuntos, mais do que individual, possa ter o peso e a força das nossas comunidades”, adiantou o bispo da Guarda.
A viagem que Francisco vai iniciar este sábado a Cuba e aos Estados Unidos da América também esteve incluída no diálogo, assim como a crise dos refugiados e imigrantes na Europa.
Neste contexto, salientou D. Manuel Felício, o Papa argentino “partilhou a sua preocupação com a vaga de refugiados que batem diariamente às portas da Europa” e reforçou a necessidade de “cada paróquia se dispor a receber uma família de refugiados”.
A agenda da visita ad limina incluiu ainda encontros com os responsáveis pelas diversas congregações e conselhos pontifícios da Santa Sé, divididos pelas várias áreas da pastoral da Igreja.
De todas estas atividades, a “grande palavra de ordem” que os bispos portugueses trouxeram foi a de se “empenharem no desenvolvimento e aprofundamento da comunhão no interior das suas comunidades”, e de uma “cultura de cooperação” entre os setores pastorais de cada diocese.
“Que o Senhor nos ajude a progredir por estes caminhos que são de renovação comunitária para nós e o melhor dos serviços que podemos prestar à inteira comunidade humana”, realçou D. Manuel Felício.
JCP