«Ad Limina» 2024: «Temos de mudar a comunicação institucional» – D. Nuno Brás

Encontro dos bispos de Portugal no Dicastério para a Comunicação apelou a um maior trabalho em rede

Paulo Rocha, enviado da Agência Ecclesia ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 22 mai 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais disse, em Roma, que os meios de comunicação têm de trabalhar em rede, também para comunicar a fé, e apelou a uma mudança da comunicação institucional na Igreja.

“Temos de mudar a comunicação institucional, creio que esse que é um dos pontos em que as várias dioceses e as várias instituições eclesiais precisam de crescer muito”, disse D. Nuno Brás após o encontro com o Dicastério para a Comunicação, da Santa Sé, no âmbito da visita ‘Ad Limina’ dos bispos de Portugal.

O também bispo do Funchal disse que é necessário capacitar os organismos da Igreja para “responder tempestivamente àquilo que são os pedidos da comunicação social” e para antecipar a informação de que precisam no contexto de um acontecimento.

“Vamos ter que estar preparados e vamos ter que fornecer os dados antecipadamente, em vez de estarmos simplesmente à espera que nos perguntem por eles”, referiu.

Em declarações aos jornalistas após a reunião com o Dicastério para a comunicação, D. Nuno Brás apelou também a um maior trabalho em rede, tendo “consciência” do que é a cultura contemporânea.

“Os vários meios de comunicação da Igreja em Portugal – que não são assim tão poucos quanto isso, se virmos bem, até são bastantes – que todos estes meios de comunicação comecem a trabalhar verdadeiramente em rede, uns com os outros”.

O presidente da Comissão da Conferência Episcopal Portuguesa para o setor dos media disse também que, no cristianismo, a comunicação cristã não consiste apenas no “uso de meios de comunicação, de técnicas de comunicação”, mas implica também “comunicar a fé”.

“A Igreja comunica não simplesmente quando usa meios de comunicação social e não simplesmente quando faz passar claramente a sua mensagem religiosa, mas comunica sempre porque o próprio Deus é comunicação”, afirmou.

D. Nuno Brás disse que é preciso ultrapassar preconceitos “de parte a parte” e apontou a experiência da Jornada Mundial da Juventude como uma ocasião de “comunicação conseguida” no espaço público e de “diálogo entre a Igreja e o mundo”.

“As Jornadas Mundiais da Juventude, naquilo que foram de comunicação conseguida, não apenas nos meios de comunicação, mas também nas redes sociais, também no próprio evento que é comunicação, creio que as Jornadas Mundiais da Juventude nos podem ajudar e abriram, de facto, uma porta que nós não podemos deixar que feche, neste sentido do diálogo entre a Igreja e o mundo”.

Os bispos de Portugal iniciaram no dia 20 a visita ‘Ad Limina’ aos organismos da Santa Sé, que decorre até esta sexta-feira, quando acontece a audiência com o Papa Francisco.

PR

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Agência ECCLESIA

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