D. Virgílio Antunes sublinha importância do processo sinodal lançado por Francisco
Cidade do Vaticano, 24 mai 2024 (Ecclesia) – D. Virgílio Antunes, vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse hoje, no Vaticano, que a necessidade de “abertura” e de diálogo foram marcas do encontro dos bispos com o Papa, no final da visita ‘Ad Limina’.
“O Papa é aquela voz, a voz do Evangelho e a voz de Deus, que nos leva a querer ter também um coração aberto como o dele, que inclui todos, que abre portas a todos, que vê sempre uma centelha de esperança ao fundo de todos os túneis”, referiu aos jornalistas, após a audiência concedida por Francisco aos bispos portugueses, esta manhã.
“Para mim, a mensagem mais forte é esta esperança, esta possibilidade do futuro, esta possibilidade de a humanidade se encontrar, se reconciliar, de estarmos uns com os outros e Deus está sempre no centro desta realidade”, acrescentou o bispo de Coimbra.
A reunião decorreu, como tem sido habitual nos últimos anos de pontificado, num registo de diálogo direto entre Francisco e os bispos presentes, sem discursos formais.
“O que marca mais num encontro com o Papa é o estar com ele, a atitude, o sorriso, a boa disposição, o diálogo aberto”, assinalou D. Virgílio Antunes.
O responsável é um dos representantes da CEP na XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cuja segunda sessão vai decorrer em outubro deste ano.
“O Papa é um homem que está a tentar ajudar a Igreja a abrir-se a Deus, a abrir-se ao Espírito Santo. A sinodalidade é um tema sempre muito presente e a sinodalidade sem Espírito Santo não existe, sem diálogo entre nós também não existe”, apontou.
Ele está numa atitude de abertura tão grande à humanidade toda, que caminha com muitos problemas, com muitas dificuldades na capacidade de diálogo entre as pessoas, de entendimento, exclusões, guerras, tudo aquilo que povoa o nosso mundo”.
A visita ‘Ad Limina’ dos bispos católicos ao Vaticano foi adiada para o período posterior à JMJ Lisboa 2023, a pedido da CEP; a última tinha decorrido em setembro de 2015.
O bispo de Coimbra elogiou a forma “disponível” com que a CEP foi recebida pelos organismos da Santa Sé, num “diálogo muito profícuo”.
“Às vezes pensamos no que significa uma semana em Roma, a correr de Dicastério para Dicastério com o tempo muito ocupado, mas isso acaba por ser secundário, quando temos a possibilidade de estar com os prefeitos, com as diferentes equipas que trabalham no Vaticano, de dialogar com eles, de apresentar também as nossas sugestões”, declarou.
Os bispos de Portugal terminaram hoje a visita ‘Ad Limina’ aos Vaticano, depois de terem celebrado uma Missa junto ao túmulo do apóstolo Pedro.
“São realidades, do ponto de vista espiritual, que nos marcam muito. Podermos refazer a nossa profissão de fé, neste lugar e neste contexto, é uma marca espiritual e muito forte para cada um de nós”, concluiu D. Virgílio Antunes.
PR/OC