D. Francisco Senra Coelho elogia clima de diálogo no encontro com Francisco e com instituições da Santa Sé
Cidade do Vaticano, 24 mai 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora destacou hoje o “acolhimento paternal” do Papa aos bispos portugueses, a quem deu liberdade para apresentar vários temas, como formação dos “futuros sacerdotes” e dos leigos, acolhimento dos migrantes, e a mensagem de Fátima.
“O Papa recebeu-nos com um acolhimento paternal, na fraternidade de irmão mais velho, mas colocou nas nossas mãos a temática que nós quisemos tratar”, disse D. Francisco Senra Coelho, em declaração aos jornalistas, após o encontro com o Papa Francisco realizado esta manhã.
A visita ‘Ad Limina’ dos bispos católicos ao Vaticano, iniciada na segunda-feira, encerrou-se com a audiência papal; como tem sido habitual nos últimos anos de pontificado, o encontro decorreu num registo de diálogo direto entre Francisco e os bispos presentes.
Para o arcebispo de Évora “foi muito marcante” o conjunto de assuntos que os bispos portugueses foram “colocando” ao Papa, como o tema da “formação dos futuros sacerdotes, a importância da vida dos seminários”, orientações concretas para a comunidade que se tem de construir em cada seminário, e a formação dos leigos, a importância de terem “leigos preparados e inseridos na vida do país”, um laicado “consciente, preparado e integrado”.
O responsável católico indica que conversaram com o Papa sobre “temas tão urgentes” como é o acolhimento dos migrantes: “Acompanhar-se, cuidar de cada circunstância e inserir o mais possível no contexto nacional, na Igreja”, e pediu também para estarem “atentos” à ‘Mensagem de Fátima’.
Segundo o arcebispo de Évora, conversaram também sobre o acompanhamento que o bispo deve fazer na sua relação com Deus, na sua relação com o presbitério (sacerdotes), “uma proximidade grande estando com eles todos os dias, com o povo de Deus, “numa presença no meio do rebanho, com o cheiro a ovelha”.
Foi muito importante este encontro com o Papa. Trouxe-nos um sentido de paternidade espiritual, que nós temos de ter como pastores. Ao olharmos para o Papa, percebemos o grande desafio de colocarmos na nossa vida o Reino de Deus, que é Jesus Cristo. Eu vou confirmado, neste chamamento interior, de que tenho de ser um pastor nesta Igreja que me foi confiada, Évora”.
D. Francisco Senra Coelho contou ainda que o Papa “foi muito interessante” ao dizer que cada bispo “vive matrimonialmente com a sua Igreja”, por isso tem que “amar a sua esposa e tem que viver apaixonado por ela, na doação, na entrega”.
A visita ‘Ad Limina’ dos bispos católicos ao Vaticano foi adiada para o período posterior à JMJ Lisboa 2023, a pedido da CEP; a última tinha decorrido em setembro de 2015; a visita terminou hoje, após uma Missa junto ao túmulo do apóstolo Pedro.
O arcebispo de Évora resume esta visita como “um grande refrescamento” e, passado nove anos da última ‘Ad Limina’, revela que sentiu “menos centralismo curial, maior sensibilidade para o acompanhamento de cada Igreja”.
“Esta proximidade com os dicastérios fez-nos perceber a Santa Sé por dentro, uma Santa Sé atenta, com um sentido de apoio às Igrejas locais; a escuta que fazem do nosso pensamento, da nossa experiência, das nossas necessidades, uma disponibilidade muito grande para o apoio. Foi muito bom conhecer esta nova reforma da cúria que o Papa fez”, desenvolveu D. Francisco Senra Coelho.
De acordo com o Gabinete de Comunicação da CEP, participam na visita ‘Ad Limina’ 20 bispos diocesanos, cinco bispos auxiliares, o bispo eleito de Beja, dois bispos eméritos e o secretário, padre Manuel Barbosa.
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