Activismo desregrado pode motivar cansaço episcopal

A Igreja necessita “de sair para ir ao encontro da humanidade que sofre” A Igreja necessita “de sair para ir ao encontro da humanidade que sofre” – disse hoje (5 de Novembro) D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, na homilia da Eucaristia celebrada na Basílica de S. Pedro. Aos restantes bispos das dioceses portuguesas, o prelado definiu a visita «Ad Limina» como “um momento de graça” “Não se trata de algo de novo”, admitiu o Arcebispo de Braga, mas antes de “intensificar o existente e renovar compromissos eclesiais que delimitam os objectivos que pretendemos alcançar. O testemunho da Igreja primitiva é verdadeiramente estimulante”, indicou. A modernidade que a sociedade vive, reflectiu o Presidente da CEP “impele-nos para um activismo desregrado e motivador de cansaço e desânimo. A Igreja, deve centralizar-se na prioridade do espiritual e mística e a partir daqui encarar os mais variados desafios”, contrariando “o trabalho que pode parecer como funcionalismo ou burocracia”. A vista ao “Templo, não permite que nos aí refugiemos”, mas serve antes de impulso “para ir ao encontro da humanidade que sofre”, pois “não podemos ignorar as diversas situações desumanizantes e, em muitos casos, escandalosas porque contra a dignidade de todo e qualquer ser humano”. Visita Ad Limina D. Jorge Ortiga indicou que a Igreja deve tornar-se “perita em humanidade” e, por isso, necessita de conhecer bem e olhar com profundidade para os dramas existenciais. “Talvez o futuro nos obrigue a descobrir caminhos que nos fixam, preferencialmente, naqueles que não tem ninguém ou que necessitam de «ser colocados» às portas dos templos para pedir. A caridade imaginativa nunca se cansará de ver o que ninguém vê”, sublinhou. O mundo olha “preferencialmente para os acontecimentos negativos ou para os assuntos que podem suscitar conflitos e não quer fixar os olhos na Igreja”. O Presidente da CEP reflectiu que actualmente se vive um cristianismo “mais apegado a tradições” e muitos cristãos “conseguem conviver com opções contraditórias entre si e em oposição com os valores evangélicos”. Mas é neste “novo mundo que Deus nos concede a responsabilidade de anunciar Cristo”. Um mundo que “exige uma linguagem nova capaz de suscitar interesse e fazer com que ele «olhe» para nós”, não com “as respostas habituais”, mas “num apelo contínuo à nossa criatividade”. Visita Ad Limina O mundo pede “uma pastoral que responda às grandes questões existenciais que vão encontrando soluções mais fáceis e alheias ao pensamento da Igreja” e o campo da pastoral da cultura “encerra desafios incomensuráveis que ainda não foram devidamente equacionados”. O Arcebispo de Braga afirma não ser “fácil uma presença que provoque atenção por parte do mundo da indiferença ou daqueles que hostilizam o pensar e agir eclesial”, mas indica que “renunciar a esta responsabilidade pode significar tornarmo-nos nós próprios geradores de indiferença religiosa se não pelo contra-testemunho, pela incúria”. “Ser sacramento, sinal eloquente, deste Deus feito homem para que os homens cresçam numa harmonia entre o material e o espiritual é a razão de ser da Igreja”, indicou D. Jorge Ortiga. “Sabemo-nos mergulhados num mundo multi-cultural e de diversas expressões religiosas. Conhecemos as exigências duma laicidade justa e caminhamos não só no respeito por confissões religiosas diferentes mas também numa promoção dum agir comum para bem do povo português. Esta atitude nunca poderá permitir que assistamos, passivamente, ao laicismo que muitos pretendem impor”. O Presidente da CEP recordou as palavras de Bento XVI no Brasil, “Cristo não se impõe mas deve propor-se” e a linguagem que o homem moderno entende “é o testemunho. Só este arrasta e convence, embora provoque sacrifício e dificuldades a quem testemunha”, sublinhou. “Naquele tempo era o testemunho de Pedro e João. Hoje somos muitos e só a unidade tocará o coração da humanidade”, ressalvou. Programa para os restantes dias da Visita «Ad Limina» Dia 6 de Novembro De manhã, os Bispos portugueses visitam a Congregação para a Doutrina da Fé. De Tarde terá lugar a Assembleia Plenária da CEP, a decorrer no Pontifício Colégio Português Dia 7 Visita à Congregação para as causas dos Santos e Audiência geral, na Praça de S. Pedro, ocupa a manhã que volta a juntar o espiscopado num jantar na Embaixada de Portugal junto da Santa Sé. Dia 8 A Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos e o Conselho Pontifício da Justiça e da Paz recebem, de manhã, a visita dos Bispos portugueses. De tarde o episcopado celebra Eucaristia na Basílica de S. Paulo. Dia 9 Os Bispos portugueses visitam a Congregação do Clero e o Conselho Pontifício para os Leigos, da parte da manhã. De tarde, a visita será ao Conselho Pontifício para a Família e também ao Conselho Pontifício para os Leigos. Dia 10 Dia marcado para o encontro de todos os bispos com Bento XVI a acontecer de tarde, pois de manhã a Congregação para a Educação Católica recebe os bispos portugueses. Dia 11 Celebração da Eucaristia na Igreja de Santo António dos Portugueses. Notícias relacionadas • Anunciadores de Cristo num mundo que procura

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