«Um acontecimento especial e fruto de um grande empenho» segundo o bispo de Angra, D. António Braga
A Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude foi recebida nos Açores com cânticos, palmas e muita fé, por centenas de pessoas.
Desde que foi dada aos jovens, pelo Papa João Paulo II, em 1984, para ser transportada e anunciada pelo mundo, foi a primeira vez que a Cruz visitou solo açoriano.
A cerimónia de acolhimento, no dia 18, realizou-se no aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, contando com a presença do bispo de Angra, D. António Braga. A Cruz foi recebida ao som dos cânticos de um grupo de jovens, que representava as diversas paróquias da Ilha de São Miguel.
Para D. António Braga, trata-se de “um acontecimento especial, fruto de um grande empenho do departamento nacional da pastoral juvenil e também do secretariado dos Açores”.
O prelado aproveita a ocasião para agradecer “a disponibilidade da Força Aérea Portuguesa, que apesar das dificuldades do momento, trouxe a Cruz para a ilha”.
Mesmo não tendo sido possível levar o símbolo a todas as ilhas, o bispo mostra-se bastante satisfeito com a adesão da população.
Centenas de pessoas puderam ver e tocar a Cruz dos Jovens, durante o percurso a pé, entre a Rotunda da Autonomia e a Igreja Matriz de S. Miguel. Ali, o símbolo foi acolhido com palmas e muito entusiasmo, antes da realização de uma celebração eucarística e de adoração, que se prolongou pela noite dentro.
O programa da recepção à “Cruz Peregrina”, já no dia 19, incluiu passagens por diversas instituições religiosas e lugares de culto da ilha, como o Lar da Mãe de Deus e o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
A Cruz dos Jovens despede-se dos Açores, na noite de dia 19, com uma eucaristia no Mosteiro de Nossa Senhora das Mercês, casa das Irmãs Clarissas. Depois da cerimónia de “Exaltação da Cruz”, ela será entregue a um grupo de jovens franceses, para ser levada para o Santuário de Lourdes.
Ano após ano, a Cruz visita um país, numa passagem que serve de convite aos jovens para participarem nas Jornadas Mundiais da Juventude, que têm lugar de três em três anos. É a segunda vez que ela passa por Portugal, depois de ter cá estado em 2003.
Quanto àquilo que a Cruz deixa, para a pastoral açoriana, D. António Braga defende que o símbolo “é um apelo, uma interpelação, no sentido de todos construirmos um futuro e vermos os jovens com empenhamento na Igreja e na sociedade”.
No próximo ano, a cidade de Madrid acolhe a Jornada Mundial da Juventude, em Agosto. O bispo de Angra já começa a ver os jovens a organizarem-se, “sobretudo nas ilhas maiores, para terem fundos e algumas ajudas, da parte das entidades oficiais, para poderem participar”.
Esta visita de dois dias ao arquipélago dos Açores é o ponto final da passagem da Cruz das Jornadas Mundiais da Juventude pelo nosso país. Uma peregrinação que teve início no dia 8, quando jovens portugueses, de todas as dioceses, foram buscar o símbolo a Santiago de Compostela.