Angra do Heroísmo, Açores, 03 mar 2015 (Ecclesia) – Os responsáveis da Cáritas na Ilha Terceira e de São Miguel, na Diocese de Angra, registam um aumento dos pedidos de auxílio na região, que exigem mais recursos para projetos que têm o “objetivo ajudar quem precisa”.
“Cada Cáritas tem autonomia para celebrar esta semana mas estamos todos unidos no mesmo lema e no mesmo objetivo que é ajudar quem precisa”, assinalou a responsável da Cáritas Diocese de Angra, em declarações ao portal ‘Igreja Açores’.
Anabela Borba, também responsável pela Cáritas da Ilha Terceira, revela que vão assinalar a semana nacional com “uma série de iniciativas” e na primeira convidaram personalidades para deixarem a sua impressão digital numa tela inacabada que está exposta na Ermida de Nossa Senhora da Saúde, na Praça Velha, em Angra do Heroísmo.
Nesta ação que é um símbolo do compromisso na luta contra a pobreza hoje participam os dirigentes da IPSS, esta quarta-feira as crianças dos colégios de Angra e já conta com a “impressão digital” da secretaria Regional da Solidariedade e Segurança Social e dos presidentes das câmaras de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória.
A presidente da Cáritas da Ilha Terceira explica que para além da Unidade de Apoio Social dispõem de um Centro de Desenvolvimento e Inclusão Juvenil, que apoia a cerca de 300 jovens, e o centro de formação que desenvolve atualmente o Projeto Terra Nostra, que aposta na empregabilidade dos jovens.
“Este é um pequeno caminho no âmbito da igualdade de oportunidades para todos mas é só um. Nesta área da intervenção social os caminhos são cada vez mais estreitos”, analisa Anabela Borba que reconhece não serem possíveis respostas em massa.
Na ilha de São Miguel, a Cáritas ajuda atualmente cerca de 400 pessoas mensalmente, “mais do que em qualquer outra altura”.
“Há uma década não encontrávamos este problema conjuntural tão interligado com o fenómeno da pobreza, daí que se fale numa nova classe de pobres”, disse o responsável local, José António Gomes.
O responsável revela que se têm realizado novas parcerias com entidades institucionais e privadas para alargarem o âmbito das “respostas ao nível do apoio financeiro e da alimentação” e ajudam consoante os “recursos existentes”.
“Procuramos dar as respostas adequadas às necessidades emergentes, como tem sido o apoio para óculos e próteses através do Fundo Social Solidário, à alimentação, à habitação e ao vestuário entre outros”, exemplificou.
A presidente da Cáritas Diocesana de Angra alerta que os “problemas são mais pesados” porque também atendem “famílias” e por um lado a população está “muito cansada de dar” e por outro quem precisa “não consegue sair do sistema”.
A Igreja Católica em Portugal celebra até domingo a semana nacional da Cáritas e a organização promove, além do peditório público em todo o país, um programa específico nas várias dioceses com conferências, exposições e dádivas benévolas de sangue.
IA/CB