Açores: Projeto de intervenção no Santuário do Santo Cristo recupera função social

Está previsto o acolhimento de peregrinos, jovens e adolescentes e idosos

Angra do Heroísma, 03 jul 2015 (Ecclesia) – A Diocese de Angra aprovou a proposta de intervenção no Santuário do Santo Cristo, em Ponta Delgada, de “três projetos autónomos mas pensados integrados” que permite recuperar a função social existente na fundação do Convento da Esperança.

“Procurámos elaborar uma proposta que resultasse de um compromisso entre aquilo que são as exigências que decorrem do auto de cedência do edifício à diocese, as respostas que hoje a sociedade exige deste espaço que é Santuário mas no passado teve uma componente social forte e aquilo que o edifício em si comporta”, explicou o padre José Manuel Ribeiro.

O sacerdote arquiteto é um dos autores da proposta prévia de intervenção faseada que foi apresentada em três projetos “autónomos mas pensados de forma integrada” e tem um “claro reforço da componente social”, em várias dimensões, e “se tudo correr bem” começa no próximo ano.

Segundo o sítio de informação diocesana Igreja Açores a proposta tem o aval da diocese e espera uma resposta “concreta” das entidades parceiras, “especialmente o Governo regional dos Açores e a Câmara Municipal de Ponta Delgada”.

É proposto um Centro de Acolhimento aos Peregrinos com cinco quartos e uma sala de acolhimento e no rés-do-chão um espaço de apoio médico e outro de divulgação e comercialização de objetos relacionados com o Culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

O padre José Manuel Ribeiro revela também a construção de um Centro de Acolhimento Juvenil, destinado a jovens e adolescentes grávidas com vista à futura reintegração social: “Um espaço onde as jovens terão o maior acompanhamento e, simultaneamente, a maior privacidade, sem ser naturalmente um espaço fechado.”

Este centro juvenil permite recuperar a tradição histórica do Convento da Esperança de acolher crianças “dadas para adoção e deixadas na Roda” como também mães e jovens de “famílias desestruturadas”.

A proposta prevê ainda que se crie um Centro de Acolhimento Sénior para acolher pessoas com doenças neurológicas degenerativas em fase terminal, “como a doença do Machado Joseph” (uma doença crónica hereditária), com as valências de “apoio domiciliário e ambulatório (pessoas a receber tratamentos temporários) e de internamento (já em fase terminal e aí os quartos serão individuais)”.

“Os dois exemplos apontados prendem-se com necessidades sociais cujas respostas existindo são insuficientes”, contextualizou o sacerdote arquiteto.

Por fim, têm como objetivo criar um núcleo museológico que segundo o padre José Manuel Ribeiro vai ser “integrado na rede museológica regional, conforme garantido pelo diretor Regional da Cultura”.

“Pretende ser uma reconstrução da narrativa da vida conventual ao longo dos tempos desde o século XVI até hoje”, esclarece.

Este espaço integrará a Capela do Santo Cristo, o Santuário de Nossa Senhora da Esperança, o Claustro, a Sala das Capas e dos Bens do Senhor, a cozinha conventual, o Coro alto e o Coro baixo, exemplifica o sítio online da diocese.

Estão ainda calculados espaços para o Tribunal Eclesiástico; para o Gabinete do Vigário Episcopal para a ilha de São Miguel; aposentos oficiais do bispo de Angra nesta ilha; salas de apoio para os movimentos diocesanos e a zona de “estalagem” vai ser remodelada para apoio às atividades pastorais mantendo o “mesmo número de quartos”.

A proposta prévia de intervenção do Santuário do Santo Cristo, em Ponta Delgada, prevê salas de orientação espiritual, um auditório para cerca de 120 pessoas.

IA/CB/PR

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