Açores: Presidente da Cáritas de Angra realça «pobreza que continua a ser dominante» no arquipélago

«A responsabilidade de lutar contra ela é de todos», sublinha Anabela Borba

Angra do Heroísmo, 03 dez 2018 (Ecclesia) – A presidente da Cáritas Diocesana de Angra, nos Açores, alertou este domingo para a situação social e económica do arquipélago, onde os “índices de pobreza” continuam “muito altos” e o “desenvolvimento muito baixo”.

Em entrevista ao programa de rádio ‘Igreja Açores’, Anabela Borba destacou que “a pobreza continua a ser dominante nos Açores e a responsabilidade de lutar contra ela é de todos”.

Aqui a coordenadora da Cáritas na região açoriana colocou um especial enfoque nos responsáveis pelo Governo regional e para a sociedade civil.

“A pobreza serve para alimentar frases bonitas num discurso, sobretudo quando anunciamos a intenção de que vamos fazer mais. Acredito que haja boa vontade, que se trabalha para que as coisas deem certo, mas a verdade é que não se acerta”, declarou.

Anabela Borba apontou desafios como “a precaridade” e os “baixos salários” que são praticados no território, que deixam “pouca perspetiva” para os jovens que, no entanto, também demonstram “pouca vontade”.

Para a presidente da Cáritas Diocesana de Angra, é essencial uma mudança de paradigma, não só ao nível dos apoios, da forma como as comunidades olham para os mais desfavorecidos, e também de quem mais precisa, já que “os pobres são pouco reivindicativos”.

“Os pobres incomodam-nos seja porque achamos que não fazemos o suficiente seja porque achamos que eles usufruem de benesses que nós não temos. Não é fácil estarmos com os pobres e não é fácil muitas vezes estarmos com as pessoas, quando as pessoas também não querem estar connosco”, completou.

De acordo com Anabela Borba, o contexto da ação das Cáritas açorianas, nas diversas ilhas, continua a estar muito assente “no voluntariado” e em “ações esporádicas”.

Sobre regiões como São Miguel e Terceira, a presidente da Cáritas Diocesana de Angra realçou o trabalho que tem sido feito respetivamente na “defesa dos sem abrigo” e na capacitação dos “jovens”, através da promoção de projetos orientados para a criação de emprego.

JCP

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Agência ECCLESIA

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