Açores: Pedidos de ajuda aumentam no arquipélago, afirma bispo diocesano

D. António Sousa Braga diz que as Regiões Autónomas têm de dar o seu contributo e diz-se «surpreendido» com a dívida da Madeira

Angra do Heroísmo, Açores, 20 set 2011 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou hoje que os pedidos de ajuda das famílias à Igreja Católica têm aumentado nos Açores.

“Há mais gente que está em dificuldade, aumentou bastante aquilo a que chamamos pobreza envergonhada, pessoas que estão com dificuldades para pagar os empréstimos contraídos para a casa, ou outras aquisições”, referiu D. António Sousa Braga, em entrevista à Renascença.

Estes pedidos aumentaram sobretudo “da parte de famílias que não costumavam recorrer” às instituições católicas.

“Quando alguém tem necessidade a primeira resposta tem de ser de proximidade”, indica o responsável pela Igreja Católica nos Açores, para quem “as dificuldades têm de ser partilhadas por todos, todos têm de dar um contributo para que o país possa resolver a sua situação”.

O bispo de Angra falava no dia em que se iniciou a visita que o presidente da Republica está a efetuar ao arquipélago, pedindo que este responsável “apoie esta caminhada que a Região está a realizar no sentido da autonomia”.

Por outro lado, o prelado espera que Cavaco Silva promova um “sentido de solidariedade nacional, que engloba as regiões autónomas, porque elas têm de dar o seu contributo e têm de estar dispostos a enfrentar os sacrifícios necessários para resolver o problema da nação”.

D. António Sousa Braga admitiu, por outro lado, que ficou surpreendido com a dimensão da dívida da Madeira, mas diz estar tranquilo quanto à situação dos Açores, apesar de “algumas pessoas estarem apreensivas”.

“Aquilo que os governantes dizem é que não há nada oculto, que está tudo conhecido e que nos Açores não vamos ter essas surpresas, pelo menos nessa dimensão”, refere.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal acusaram sexta-feira a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas, que consideram “grave” e da qual não têm conhecimento de casos similares.

“Fiquei surpreendido sobretudo pela dimensão [da dívida oculta], porque isso põe em causa a nível nacional, estamos todos a enfrentar sacrifícios e isto dá uma má imagem do país. Por isso agora não é só uma questão da Madeira, a questão agora é do país”, diz o bispo de Angra.

A visita de Aníbal Cavaco Silva aos Açores prolonga-se até ao próximo sábado, com passagem por seis ilhas.

RR/OC

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