Angra do Heroísmo, Açores, 12 fev 2016 (Ecclesia) – O Serviço Diocesano da Pastoral Social, de Angra, promove hoje uma jornada de reflexão sobre a pobreza infantil nesta região, no Laboratório Regional de Engenharia Civil, em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel.
“O nosso objetivo é dar a conhecer as boas práticas que estão a ser desenvolvidas na luta contra a pobreza mas, sobretudo, desafiarmos à denúncia e a uma reflexão profunda sobre o que falta fazer de forma que todos nos comprometamos mais na luta contra a pobreza, especialmente a pobreza infantil”, explicou o responsável diocesano da Pastoral Social.
‘Desafios da Prevenção da Pobreza Infantil’, é tema das jornadas diocesanas que segundo o padre Duarte Melo vão juntar especialistas de várias áreas – da saúde à segurança social, passando pela educação – “procurando juntar esforços para que todos” consigam trabalhar em rede.
Entre os oradores da manhã está o especialista em questões sociais relacionadas com a pobreza, Carlos Farinha Rodrigues, e a médica Sofia Bernardes, assistente graduada em Saúde Pública na Unidade de Saúde de São Miguel.
Durante a tarde, as jornadas da Pastoral Social de Angra vão centrar-se nas respostas da segurança social à problemática da pobreza infantil, por isso, contam com Natércia Simões, vogal do Conselho de Administração do Instituto de Segurança Social dos Açores, e Maria do Natal, do Serviço de Reinserção Social. Depois.
Vão ser também apresentados dois projetos de resposta ao problema da pobreza infantil, nomeadamente: ‘Trajeto Seguro – uma aposta comunitária de sucesso’ e ‘Kebrar o ciclo de pobreza infantil’.
Neste contexto trabalhar “em rede”, ao sítio de informação ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra, o sacerdote destacou também a “articulação” com a Cáritas Diocesana, cuja diretora, Anabela Borba é uma das moderadoras desta iniciativa.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que em 2012, 24,4% das crianças e jovens – um quarto da população com menos de dezoito anos – viviam em situação de risco de pobreza, superior à taxa de risco de pobreza apurada para a população portuguesa em geral – 18,7%.
Já na taxa de intensidade da pobreza, há quatro anos, a percentagem de crianças e jovens atingidos era de 33,1%, um número que também é superior à média da população, de 27,3%, e à média da União Europeia deste grupo etário, que é de 25,2%.
“Estas questões sociais são muito inquietantes sobretudo porque não têm uma resposta rápida e única, por isso, o nosso objetivo é desafiarmos e desinstalarmos as pessoas, para que reflitam sobre o problema e, em conjunto, encontrem soluções que minimizem este flagelo”, acrescentou o diretor do Serviço Diocesano da Pastoral Social de Angra.
IA/CB