Açores: Igreja quer conhecer religiosidade popular na diocese de Angra

Angra do Heroísmo, Açores, 20 ago 2014 (Ecclesia) – A Diocese de Angra pretende conhecer, analisar e evangelizar a religiosidade popular no arquipélago dos Açores e o guia com orientações para o novo Ano Pastoral apresenta o texto “O catolicismo popular na pastoral atual” do vigário geral.

“Nas manifestações mais autênticas da piedade popular, a mensagem cristã, por um lado, assimila a cultura do povo e, por outro, infunde os conteúdos evangélicos sobre a vida e a morte, a liberdade, a missão e o destino do homem”, escreve o vigário geral da Diocese de Angra, em “O catolicismo popular na pastoral atual”.

O contributo do sacerdote ao fenómeno da religiosidade popular, uma das marcas da cultura açoriana, no guia das orientações pastorais para o novo ano na Diocese de Angra, divide-se em quatro subtítulos: “Povo e cultura popular”; “Religião, piedade e religiosidade popular”; “A religiosidade popular à luz do magistério atual da Igreja”; “Atitudes pastorais face à religiosidade popular”.

O padre Hélder Fonseca Mendes revela que a piedade popular “continua a ser uma das maiores expressões de uma verdadeira inculturação da fé” uma vez que “se harmonizam a fé e a liturgia, o sentimento e as artes, e se afiança a consciência da própria identidade das tradições locais”.

Uma das formas da cultura popular se expressar “é na religiosidade que cria formas mediáticas do sujeito religioso se expressar conforme a geografia, o clima, a história, a vida social, económica e política”, analisa.

O texto revela ainda que esta religiosidade é a atitude que origina formas de cultura “mais simples, mais diretas, mais rentáveis” mas alerta para o facto de poder “entrar em terrenos próprios da magia e da superstição” e ainda que a religião “demasiado institucionalizada torna-se hermética, de difícil acesso, com complicadas hierarquias majestáticas”.

Da sua análise, o padre Hélder Fonseca Mendes considera que os Açores apresentam as “nove grandes características próprias da religiosidade popular” de L. Maldonado: o mágico; o simbólico; o imaginário coletivo; o místico; o festivo; o burlesco; o comunal e o político.

Segundo o responsável, a piedade popular “penetra delicadamente a existência pessoal de cada fiel” e mesmo em multidão esta “não é uma ‘espiritualidade de massas’” porque nos diferentes momentos “da luta quotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus”.

No guia é explicado que quando se afirma que “é necessário evangelizar ou purificar a piedade popular” o objetivo é que “todos os membros do povo fiel, reconhecendo o testemunho de Maria e também dos santos, procurem imitá-los cada dia mais” e procurem “o contato mais direto com a Bíblia e maior participação nos sacramentos”.

A versão impressa deste documento, composta por três mil exemplares, vai ser distribuída pelas ouvidorias (arciprestados) da diocese a partir do dia 1 de setembro, informa o Portal da Diocese.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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