Açores: D. João Lavrador é o novo bispo de Angra

Papa aceitou renúncia de D. António de Sousa Braga no dia em que este completou 75 anos

Angra do Heroísmo, Açores, 15 mar 2016 (Ecclesia) – D. João Lavrador sucede a partir de hoje a D. António de Sousa Braga como bispo da Diocese de Angra, após o Papa ter aceitado a renúncia deste último, revelou a Nunciatura Apostólica, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

D. João Lavrador, que a 29 de setembro de 2015 tinha sido nomeado por Francisco como coadjutor da diocese açoriana, com direito à sucessão, torna-se assim o 39º bispo de Angra.

O Papa aceitou a renúncia de D. António de Sousa Braga no dia em que este completou 75 anos, em conformidade com o cânone 401 do Código de Direito Canónico, o qual determina o pedido de resignação do bispo diocesano que atinja essa idade.

D. João Evangelista Lavrador, de 60 anos é natural de Mira, Distrito de Coimbra e tomou posse como coadjutor da Diocese de Angra no dia 29 de novembro, diante do Colégio de Consultores, numa cerimónia em que participou o Núncio Apostólico da Santa Sé, em Lisboa, D. Rino Passigato.

A sua entrada como bispo residencial da diocese açoriana é automática, de acordo com o cânone 409 do Código de Direito Canónico: “Vagando a sé episcopal, o bispo coadjutor torna-se imediatamente bispo da diocese para a qual fora constituído, contanto que já tenha tomado posse legitimamente”.

Na Bula de nomeação, o Papa Francisco sublinhou as “devidas qualidades” e “idoneidade” de D. João Lavrador para assumir o ministério de coadjutor de Angra “com todos os direitos, faculdades e obrigações pertinentes”.

O Papa referiu que esta nomeação resultou de um pedido “insistente” de D. António de Sousa Braga, o qual foi operado em março de 2015 a um tumor pulmonar.

D. João Lavrador iniciou a sua missão nos Açores com o desejo de encurtar distâncias, tanto entre ilhas como com o continente, para valorizar o contributo do arquipélago no plano nacional.

“Não temos a consciência verdadeira de que a Igreja em Portugal é um todo e os Açores – e permitam-me que fale também na Madeira, porque é outra realidade de entrada – são de pleno direito e com a mesma dignidade Igreja em Portugal”, disse, em entrevista à Agência ECCLESIA e o portal informativo ‘Igreja Açores’.

Desde que entrou na diocese de Angra já percorreu praticamente todas as ilhas do arquipélago e participou em duas reuniões do Colégio de Consultores e no último Conselho Presbiteral.

Como bispo auxiliar do Porto, D. João Lavrador colaborou com D. Manuel Clemente entre 2008 e 2014 e, desde fevereiro deste ano, com D. António Francisco dos Santos; na Conferência Episcopal Portuguesa, é membro da Comissão Episcopal da Cultural Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Doutorado em teologia, o agora bispo coadjutor de Angra defendeu tese de licenciatura sobre «O Laicado no Magistério dos Bispos Portugueses, a partir do Vaticano II» e de doutoramento sobre «Pensamento Teológico de D. Miguel da Annunciação –Bispo de Coimbra (1741 – 1779) e renovador da Diocese».

Enquanto sacerdote da Diocese de Coimbra, D. João Lavrador foi capelão do Carmelo de Santa Teresa de Coimbra, tendo acompanhado a Irmã Lúcia durante os últimos anos da sua vida.

A Diocese de Angra foi fundada a 3 de novembro de 1534 pela Bula Equum Reputamus, assinada pelo Papa Paulo III.

Com uma população de 250 mil pessoas, 85,9% dizem-se católicos.

A Diocese de Angra tem 166 paróquias ou equiparadas, agrupadas em 16 ouvidorias, 161 sacerdotes diocesanos e seis diáconos permanentes e 15 institutos religiosos, sendo o território que apresenta a maior percentagem de prática dominical.

Em média celebram-se 500 casamentos católicos por ano e perto de 2400 batismos, numa diocese onde existem dois colégios católicos, 23 Misericórdias e 253 Impérios do Espírito Santo e o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

PR/OC

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