Açores: Conselho Pastoral Diocesano propõe «incremento de estruturas de diálogo» com a sociedade

Bispo D. Armando Esteves reuniu-se com 43 conselheiros e quatro observadores, de 8 a 10 de junho, em Ponta Delgada

Ponta Delgada, Açores, 11 jun (2024) – O bispo de Angra reuniu-se, de 8 a 10 de junho, com o Conselho Pastoral Diocesano, no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada, nos Açores, num encontro em que foi sublinhada a necessidade de diálogo da Igreja com o mundo atual.

“Entendendo que a Igreja está inserida no mundo e também é mundo, este Conselho Pastoral decidiu propor ao prelado diocesano, o incremento de estruturas de diálogo com a Cultura, com a Economia, a Política, a sociedade em geral, de modo a que, a Igreja não chegue tarde e com respostas sempre negativas aos desafios e contradições que o mundo lhe coloca”, informa o comunicado final do órgão consultivo enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Na reunião participaram 43 conselheiros, “na grande maioria leigos de todas as ilhas e áreas da pastoral diocesana” e ainda quatro observadores convidados pelo bispo diocesano D. Armando Esteves Domingues, tendo os trabalhos sido desenvolvidos “em forma sinodal à semelhança do modelo experimentado pelo Papa Francisco na XVI Assembleia do Sínodo sobre Sinodalidade”, com três laboratórios definidos.

A Igreja dos Açores, por meio do laboratório da sinodalidade, pretende “fomentar uma Igreja mais corresponsável e participativa, onde o papel dos leigos seja tão digno como o do Clero”.

Tendo em vista este objetivo, o Conselho Pastoral Diocesano propõe ao bispo de Angra “o esquema de uma ‘sinodalidade circular’”, em que as ideias e criatividade da ações partem das bases – paróquia, movimentos e povo de Deus em geral – e a coordenação é garantida por uma estrutura designada para tal, “tendo como eixo deste movimento circular a ouvidoria e os seus conselhos pastorais”, estes últimos com a sugestão de serem “liderados por leigos”.

“Na linha do Papa Francisco, o Conselho concordou por unanimidade estimular uma ‘Igreja em saída missionária e hospital de campanha’, promovendo uma pastoral do convite pessoal a leigos para projetos concretos da Igreja”, pode ler-se no comunicado.

O Conselho Pastoral Diocesano abordou a necessidade da presença de uma “Igreja Samaritana” nos Açores, “onde a pobreza e a exclusão social são relevantes, que seja casa de proximidade, hospitalidade e empenho na pastoral sócio-caritativa e na pastoral do acolhimento de pessoas em situação de pobreza, de exclusão social, de vulnerabilidade, com deficiência, em situação de migrantes e na condição de sem-abrigo, entre outros”.

O laboratório da Fraternidade que, por sua vez, congrega todos os serviços e movimentos da dioceses, “coordenando-os com objetivos precisos que levem a Igreja açoriana a trilhar o caminho sinodal até 2034, para a celebração dos 500 anos da diocese”, sugeriu a realização de um mapeamento de todas as estruturas pastorais da diocese – serviços, comissões e movimentos.

“Na sequência deste trabalho, será possível identificar a missão e as necessidades de cada organismo, para potenciar o trabalho em rede que facilite o planeamento da ação, evitando atropelos, sobreposição de iniciativas e resistências que dificultam o trabalho conjunto. Assim, sugere-se uma profunda intercomunicação entre os três pilares da pastoral da Igreja: a pastoral da evangelização, a pastoral da celebração e a pastoral social”, destaca a nota.

A recuperação do dinamismo comunitário foi outros dos pontos referidos na reunião, frisando o inventivo à “realização de retiros, espaços de aprofundamento espiritual, grupos de oração e reflexão, que envolvam especialmente os jovens e as famílias, de modo a promover a paixão por Jesus Cristo, centro de toda a ação da Igreja”.

Com foco no Jubileu da Esperança, em 2025, o laboratório da Esperança tem como finalidade “definir e promover um conjunto de ações litúrgicas, catequéticas e sociais que levem a diocese a celebrar com a Igreja Universal esse mesmo Jubileu, lançando a Igreja açoriana nos grandes desafios que a conduzirão à comemoração dos 500 anos da fundação da Diocese, em 2034”.

O Conselho Pastoral Diocesano propôs ao bispo diocesano a constituição “de um grupo de trabalho que coordene uma série de ações pastorais a celebrar todos os meses e em todas as ilhas, que evoquem o sentido da esperança cristã”.

“Organizar uma ‘Aldeia da Esperança’, dirigida aos jovens, em formato de acampamento, seguindo o modelo de Taizé, a decorrer no verão, de preferência na ilha de São Jorge, no Santuário do Senhor Santo Cristo da Caldeira, lugar de referência na diocese”, propõem os conselheiros, a juntar à “criação de itinerários jubilares em todas as ilhas, com lugares definidos para peregrinações e romarias, especialmente de jovens, que evoquem a esperança e a paz”.

No final do comunicado, o Conselho Pastoral Diocesano, juntamente com o bispo de Angra, “congratula-se com a forma como decorreram as eleições para o Parlamento Europeu em Portugal”.

“Sobretudo, com o facto de entre os eurodeputados portugueses se encontrarem três açorianos, na esperança de que eles representem e defendam da melhor forma possível a nossa Região”, assinalou.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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