Açores: Comissão Diocesana Justiça e Paz preocupada com «flagelo social» da pobreza

Nota para o Dia Mundial da Paz deixa apelos à comunidade política

Angra do Heroísmo, Açores, 01 jan 2019 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Angra alertou, numa mensagem para o Dia Mundial da Paz que se celebra hoje, para o “flagelo social” da pobreza no Arquipélago.

“Nenhum açoriano se pode conformar com essa realidade assustadora”, sustentam os membros do organismo católico, na nota intitulada “Todos estamos ao serviço da Paz”

“Quando mais de 30% dos açorianos vivem abaixo do limiar da pobreza, não podemos deixar de nos encarar com um défice de paz”, acrescenta o texto.

A comissão, recém-constituída, apela a “um compromisso generalizado da comunidade política e da sociedade civil na luta pela defesa de condições de vida digna e justa para todas as pessoas”, refere o portal diocesano ‘Igreja Açores’.

“A verdadeira paz constrói-se com todos os cidadãos e quando todos os cidadãos tiverem condições dignas para viver essa paz. Consideramos que a educação e a promoção social dos mais desfavorecidos é uma tarefa imprescindível e apelamos a todas as estruturas da Igreja nos Açores a que colaborem incansavelmente neste desafio”, pode ler-se na nota da Comissão Diocesana Justiça e Paz, enviada à Agência ECCLESIA.

A partir da mensagem do Papa Francisco para o 52º Dia Mundial da Paz, o texto dirige-se à comunidade política regional, pedindo que “nunca esmoreça na sua luta pelas principais causas de uma política justa, a saber, a primazia do Bem Comum, da dignidade e dos direitos fundamentais de todos os cidadãos, principalmente dos mais desfavorecidos, a promoção de um desenvolvimento sustentado e a construção de uma paz que não seja apenas ausência de conflitos”.

A comissão diocesana diz ainda que a solução de problemas como a pobreza não deve ser apenas relegada para a esfera das decisões políticas, exigindo o compromisso de cada cidadão, a vários níveis.

“É frequente encararmos, com uma visão fatalista, a pobreza nos Açores, e ver nela uma questão de difícil solução por ser um fenómeno estrutural, endémico, localizado, que gera cidadãos subsídio-dependentes. Esta visão considera o outro, o pobre, como um ser humano de segunda classe”, advertem os responsáveis.

A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Angra é presidida por Aurélio da Fonseca e tem como assistente espiritual o padre José Júlio Rocha.

O decreto episcopal de nomeação da nova comissão tem a data de 18 dezembro de 2018 e integra ainda Marcos Couto, empresário; Benvinda Borges, sindicalista; Nuno Martins docente da Universidade Católica; Marta Barcelos, mestre em bioética; Vasco Capaz, coronel do Serviço Regional de Proteção Civil; Adolfo Fialho, docente da Universidade dos Açores; Magda Carvalho, docente da Universidade dos Açores; Piedade Lalanda, docente da Universidade dos Açores; e Rolando Lalanda Gonçalves, docente da Universidade dos Açores.

OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR