Administrador diocesano esteve reunido com o clero da ilha, analisando impacto da crise sísmica
Velas, Açores, 01 abr 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Angra anunciou que as celebrações do culto na ilha açoriana de São Jorge vão ser retomadas a partir de hoje, em todo o Concelho das Velas, afetado pela recente crise sísmica.
“O risco de aglomeração de pessoas não é elevado uma vez que 50% da população do concelho está fora dele, no concelho da Calheta e ou fora da ilha” refere uma nota divulgada pelo portal diocesano ‘Igreja Açores’.
O documento aconselha as pessoas a “manter o distanciamento para que em caso de sismo, se possam proteger”, identificando lugares de maio perigo – torres e frontispícios- e informando sobre procedimentos a tomar em face da ocorrência de algum episódio sísmico.
“Devem estar a funcionar as portas laterais e das traseiras das igrejas, como saídas de emergência mais seguras”, acrescenta a nota.
Depois de uma reunião com todos os sacerdotes da ilha, o comunicado assinala que sentimentos como o “medo, o negacionismo, a indiferença” devem ser evitados e a população deve estar “a vigilância e proativa”, mantendo-se atenta aos sinais e, sobretudo, a informação avançada pelas autoridades da Proteção Civil.
A diocese açoriana indica que os sinos das torres “estão desativados” em todas as igrejas do Concelho de Velas, e “só repicarão em caso de alerta de eminência de vulcão, juntamente com as sirenes dos bombeiros e das rádios”.
Neste momento estão definidos “pontos de encontro das pessoas que não tenham transporte próprio para a saída em caso de evacuação”.
As celebrações estiveram interditas, na última semana, nas várias fajãs da ilha de São Jorge e foram desaconselhadas nas igrejas do Concelho das Velas, por precaução.
Quanto à catequese e demais encontros, informa o Igreja Açores, estes “podem manter-se, sem obrigação nem marcação de ausências”.
“No regresso das férias da Páscoa, serão dadas novas indicações a todos os participantes”, pode ler-se.
A situação relativamente às escolas, capelanias de idosos e doentes e destes nas suas casas é também “uma prioridade”, para evitar a solidão e o abandono.
Por outro lado, durante a reunião com o cónego Hélder Fonseca Mendes e os sacerdotes da ilha de São Jorge, ficou sublinhada a necessidade de “cooperação com as demais instituições oficiais e da sociedade civil; dinâmicas e lugares de acolhimento das comunidades”, refere a nota.
A ilha de São Jorge contabilizou mais de 14 mil sismos, desde o início da crise sísmica a 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.
Cerca de 2500 pessoas já saíram do Concelho das Velas.
OC