Serviço Diocesano da Pastoral Social da Angra está preocupado com o agravamento da pobreza nos Açores
Angra do Heroísmo, Açores, 12 dez 2022 (Ecclesia) – A Cáritas de São Miguel, na Diocese de Angra, mostrou-se preocupada com o aumento do número de pessoas em situação de sem-abrigo, sobretudo em Ponta Delgada, alertando para o impacto do consumo de drogas sintéticas.
“Tem sido muito difícil e estas adições têm criado muitos constrangimentos”, disse o diretor técnico Filipe Machado, ao programa de rádio ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra, transmitido este domingo.
A Cáritas de São Miguel tem um centro de acolhimento temporário para as pessoas em situação de sem-abrigo, com capacidade para 30 camas, para homens até aos 65 anos de idade, que durante de acolhimento são dadas oportunidades para ganharem competências para regressar a uma vida dita normal.
“São competências pessoais, profissionais, e familiares que lhes permitem ganhar uma nova dignidade”, acrescentou Filipe Machado, lembrando que a instituição da Igreja Católica também tem duas residências onde estas pessoas prepararam a transição para a sociedade.
O diretor técnico adiantou também que a Cáritas de São Miguel tem em curso dois projetos ocupacionais, um é financiado pela Direção Regional da Solidariedade, para dar ferramentas aos utentes no regresso à vida ativa.
Neste contexto, salientou que o Projeto ‘Terra com vida’, uma formação na área dos produtos hortícolas, “tem sido um sucesso”, bem como a “integração de alguns dos utentes nos próprios serviços da Cáritas”.
Noutro âmbito de ação, Filipe Machado partilhou também que a Cáritas de São Miguel vai enviar um contentor com “bens essenciais diversos” para a Cáritas da Guiné-Bissau e, no momento da selagem do contentor, a 20 de dezembro, vão estar presentes crianças e jovens do ATL da instituição, “que proporcionará um convívio intergeracional muito interessante”.
Esta ação solidária e de partilha já se realizou com São Tomé e Príncipe e com Cabo Verde, nos dois últimos anos, divulga o portal ‘Igreja Açores’.
Por sua vez, o Serviço Diocesano da Pastoral Social de Angra revelou preocupação com o “aumento da pobreza” nos Açores, que “tende a alastrar-se a outros estratos sociais”, e assinalou que a prática da “tradicional esmola” não “pode satisfazer a sociedade em geral e os cristãos em particular”.
Na mensagem de Natal a todos os cristãos açorianos, divulgou o ‘Igreja Açores’, este domingo, o Serviço Diocesano da Pastoral Social afirma que “importa aproveitar o Natal para promover relações de boa vizinhança, estender a mão a quem mais precisa”, visitar idosos e acamados, que se encontram em “isolamento indesejável”, e incentiva aos convívios e atividades que promovam a inclusão.
Para o Serviço da Pastoral Social da Diocese de Angra importa “saber ler e escutar os problemas dos mais carenciados”, retomando “hábitos antigos”, nestes tempos de “lutas cruéis e guerras intermináveis, atropelos aos direitos humanos, injustiças e desigualdades que não promovem a fraternidade, a solidariedade e a paz”.
“A celebração deste Natal de 2022 interpela-nos, sobretudo nestes tempos difíceis, a refletirmos sobre o significado do nascimento de Jesus, enviado do Pai, para Salvação da humanidade”, lê-se na mensagem.
CB/OC