Açores: Bispo sublinha papel da Igreja na «unidade» do arquipélago

D. António de Sousa Braga destaca experiência «exigente» mas «muito positiva» de serviço eclesial

Angra do Heroísmo, Açores, 26 nov 2015 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Angra sublinhou o papel da Igreja Católica na “unidade” dos Açores, que se preparam para acolher este domingo o novo coadjutor, D. João Lavrador.

“Historicamente, a Igreja Católica nos Açores é a primeira e a mais antiga instituição que exprime e promove a unidade e autonomia açorianas. Efetivamente, o povoamento dá­ se à volta da comunidade eclesial, que tem o seu centro na igreja, onde as pessoas se reúnem e celebram a sua fé”, escreve D. António de Sousa Braga, na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicada à diocese açoriana.

O prelado, bispo de Angra há 19 anos, fala numa experiência “muito positiva e empolgante”.

“Neste momento que estou a entrar na reforma só tenho de agradecer a todos os colaboradores a nível da diocese, seja a nível civil dos serviços ligados à República, ao governo regional, autarquias”, disse D. António de Sousa Braga à Agência ECCLESIA.

O 38.º bispo de Angra, segundo nascido nos Açores, é cidadão honorário de Angra do Heroísmo, tendo recebendo igualmente as chaves de honra da cidade, e assume que está “inserido na sociedade” como um “cidadão de facto”.

“Recebo muito como bispo no seu serviço mas também a cidade recebe muito com a presença do bispo”, acrescentou, desejando a mesma “atitude de diálogo e abertura” com o seu sucessor.

D. António de Sousa Braga assinala ainda o “contributo” dos padres nas diversas ilhas depois da “experiência comum” no Seminário de Angra, onde estava presente a “ideia de unidade nos Açores”.

“Ainda hoje, se queremos fazer alguma coisa a nível da região isso passa pela diocese, que está presente em todas as ilhas através das paróquias e organização, ouvidorias (arciprestados)”, acrescentou o bispo de Angra.

Este domingo, vai ser apresentado o bispo coadjutor da diocese, D. João Lavrador, nomeado pelo Papa a 29 de setembro.

Segundo D. António de Sousa Braga, o “grande desafio” do novo bispo vai ser procurar compreender as “expressões da religiosidade popular” que já estão programadas.

Por exemplo, “a devoção e fé ao Espírito Santo” procurando levar o “contributo do Evangelho” para “esclarecer” que são expressões da fé cristã, “nasceram dentro da Igreja e a partir da fé cristã”.

“A tentação é começar a dar ordens, orientações, enquanto o povo já vive só que temos de ajudar que o povo dê conteúdo cristão ao que tem origem cristã”, conclui o bispo de Angra.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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