Açores: Bispo propõe sociedade mais fraterna, para lá da «lógica do marxismo ou do capitalismo liberal»

Mensagem de Páscoa de D. António de Sousa Braga

Angra do Heroísmo, Açores, 05 abr 2015 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Angra, nos Açores, publicou uma mensagem para a Páscoa de 2015 na qual pede um mundo “diferente”, que deixe de lado a lógica marxista e do capitalismo liberal e opte pelo caminho da misericórdia.

“Não será a lógica do marxismo ou do capitalismo liberal que vai levar a uma sociedade mais humana, justa e fraterna. O mundo será diferente só na medida em que enveredar pelo caminho do amor, que tem a sua máxima expressão na misericórdia, isto é, na capacidade de ter ‘compaixão’: ser capaz de padecer-com, de se colocar no lugar do outro e de assumir a sua situação”, sublinha D. António de Sousa Braga, num documento disponibilizado pelo sítio ‘Igreja Açores’.

De acordo com o prelado diocesano “apenas” com Cristo se vence o mal e a morte, porque é “Ele a encarnação definitiva da misericórdia”.

“A vida humana e uma sociedade verdadeiramente humanitária não são possíveis sem amizade, comunidade, solidariedade e, justamente, misericórdia”, escreve.

Numa mensagem onde recorre várias vezes a citações de São João Paulo II e de Bento XVI, a propósito da explicitação dos conceitos de misericórdia e de compaixão, o responsável diz que falar de misericórdia não é “relativizar a justiça”, mas “superá-la”.

“Jesus revela o Deus-Amor, que é todo misericórdia e só misericórdia: em toda a sua vida, em que passou fazendo o bem e, sobretudo, com a entrega total na cruz, que culmina na Ressurreição, que é a vitória da vida”, refere o bispo de Angra.

“É pela Cruz que se atinge a vida em plenitude. Não a cruz pela cruz, mas a Cruz, assumida e vivida com Cristo e como Cristo, como caminho que leva ao triunfo final. Com Ele e nele também nós venceremos a morte e tudo o que oprime o ser humano”, acrescenta.

Por isso, sustenta D. António de Sousa Braga, o Mistério Pascal “traz a esperança certa de um mundo melhor e diferente”, que s compromete todos a dar o seu contributo “pelo progresso da civilização humana”.

“É necessário construir, para além de uma cultura da justiça, uma civilização do amor. É, desta forma, que a Igreja e os grupos eclesiais podem contribuir para a humanização da sociedade e do sistema social”, precisa.

Na mensagem pascal para este ano, depois de se ter dirigido aos cristãos açorianos durante a Quaresma, com uma série de catequeses focando a misericórdia, o bispo de Angra aproveita a oportunidade para agradecer “a comunhão” que tem sentido com todos sobretudo neste momento de doença.

“Força, coragem e esperança! O Senhor Jesus ressuscitou por nós e para nós. Aleluia!”, conclui D. António de Sousa Braga.

IA/OC

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