Açores: Bispo presidiu à Missa da Ceia do Senhor, com lava-pés, no Estabelecimento Prisional de Angra

«Este estabelecimento pode ser um lugar de esperança e aqui vivem santos e podem fazer-se santos» – D. Armando Esteves Domingues

Angra do Heroísmo, Açores, 18 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra convidou as reclusas do Estabelecimento Prisional de Angra, a quem lavou os pés, a olhar o futuro “com esperança e compromisso renovado”, esta quinta-feira, 17 de abril, na Missa da Ceia do Senhor.

“Falar de esperança nestes tempos pode parecer um disparate, mas a Igreja teve a coragem de nos chamar a todos a sermos peregrinos da esperança neste Ano Jubilar, que se desenrola no meio de tragédias imensas em tantas partes do mundo”, disse D. Armando Esteves Domingues, na informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo portal online ‘Igreja Açores.

O bispo de Angra presidiu à Missa da Ceia do Senhor no Estabelecimento Prisional de Angra, na tarde desta quinta-feira, e explicou às 18 mulheres reclusas que o lava-pés “toca corações e vidas”, “muda quem lava mas também alivia as pessoas a quem são lavados os pés”,  convidando-as a repetir estes gestos juntos dos irmãos.

“Na missa,  o Senhor lava-nos os pés quando nos perdoa, lava-nos quando nos dá um abraço de paz no irmão que está ao nosso lado, quando confia em nós convidando-nos para o comungar ou quando diz vai em paz, sê novo, muda o ambiente onde estás”, acrescentou.

D. Armando Esteves Domingues, que se apresentou como portador da “proximidade do Papa e da Igreja, de toda a Diocese de Angra”, disse que “Cristo quer ser tudo nas células todas”, na sua vida por inteiro, e “não quer ninguém triste, desanimado, sem esperança”,  ninguém  impuro, no pecado ou no desânimo, mas quer que sejam “filhos de Deus, dignos”.

A reclusa Denise Veríssimo, que fez a primeira leitura e está a preparar-se para ser batizada, disse que a vida no estabelecimento prisional “não precisa de ser um sufoco”, e momentos como estes “são muito importantes para devolverem a esperança”.

Já a cabo-verdiana Edimeia Brito partilhou que viveu a celebração presidida pelo bispo de Angra de forma emocionada, afirmando que “a esperança é o que mais alimenta os dias”, sobretudo a esperança que “possa conduzir a uma vida fora da cadeira, reconstruída com as famílias”.

“Este estabelecimento pode ser um lugar de esperança e aqui vivem santos e podem fazer-se santos”, afirmou D. Armando Esteves Domingues.

Foto: Igreja Açores/Carmo Rodeia

O bispo diocesano foi presidir à Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés, no Estabelecimento Prisional de Angra, o único nos Açores a ter população feminina, acompanhado pelo grupo de voluntários desta cadeia, com o capelão prisional, o padre Marcos Miranda, que animou  a celebração que contou com a presença do diretor do estabelecimento prisional e a equipa técnica, informa o portal onlina ‘Igreja Açores’.

“É um momento que junta toda a comunidade e isso é importante. Há gente que todos os dias acrescenta valor a este lugar, desde os funcionários à própria comunidade que ajuda a suprir muitas vezes carências que possam existir”, assinalou o diretor do estabelecimento prisional, José Pereira.

Em 2024, o bispo de Angra lavou os pés a doentes institucionalizados nas Casas de Saúde de São Rafael e do Espírito Santo, na ilha Terceira, que acolhem doentes com patologias do foro psiquiátrico.

CB

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