Açores: Bispo pede respeito pelo «sentimento religioso» na utilização dos templos

Posição surge depois do espetáculo de dança do ventre numa igreja pelo museu Angra do Heroísmo

Angra do Heroísmo, Açores, 22 out 2014 (Ecclesia) – O bispo de Angra enviou um documento ao diretor regional da Cultura, onde destaca a necessidade de “respeitar o sentimento religioso” do povo na utilização dos templos abertos ao culto e que integram o património da região autónoma.

É preciso “respeitar o sentimento religioso do povo açoriano que entende que os templos católicos nunca perderam o seu estatuto sagrado”, mesmo depois de pertencerem ao Governo Regional dos Açores, explica D. António de Sousa Braga.

O sítio de informação diocesana Igreja Açores informa que o documento do prelado, com quatro artigos, “assenta no espírito da Concordata” e “visa assegurar a utilização adequada dos templos católicos propriedade da Região Autónoma dos Açores”.

O documento do bispo de Angra surge na sequência da utilização da igreja de Nossa Senhora da Guia, pelo Museu de Angra do Heroísmo, para a realização de vários espetáculos em concreto um de dança do ventre.

Para D. António de Sousa Braga a “autonomia das instituições” não deve ser prejudicada mas alerta que o planeamento de atividades ou espetáculos nesses locais deve respeitar a “cooperação institucional, do bom senso e da memória histórica do edifício”.

O prelado fundamentado num parecer técnico da Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja acrescentou que “todos os eventos” a realizar dentro desses espaços “devem ser autorizados e aprovados pela tutela governamental” e em caso de dúvida a diocese deve “sempre” ser consultada “previamente”.

O sítio Igreja Açores revela ainda que no documento, D. António de Sousa Braga, faz o levantamento de “13 imóveis que possuem igrejas ou ermidas nas diferentes ilhas açorianas”, excluindo da lista os que pertencem às câmaras municipais.

Depois da realização do espetáculo de dança do ventre na igreja, onde a Ordem Terceira Franciscana Secular realiza regularmente cerimónias litúrgicas, o bispo de Angra referiu que só a “falta de bom senso” poderia justificar a escolha deste local para aquele espetáculo.

Na altura, o clero da Ilha Terceira também apresentou um voto de “protesto e repúdio” pela realização deste espetáculo.

IA/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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