Açores: Bispo diz que primeira exortação apostólica do Papa vai «mexer» com a Igreja

D. António de Sousa Braga destaca valorização dos leigos e propostas de renovação

Angra do Heroísmo, Açores, 27 nov 2013 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Angra, Açores, afirmou que a primeira exortação apostólica do Papa Francisco é um estímulo para a Igreja, destacando a valorização dos leigos e da ação missionária.

“Há um caminho claro de reformulação eclesial da Igreja que nos é proposto, numa linha de valorização do papel missionário que, se for tomado a sério pelas igrejas particulares, vai mexer em muita coisa”, refere D. António Sousa Braga.

Para o responsável, a aposta no carisma dos movimentos eclesiais e na ação dos leigos “podem contribuir para a criação de uma dinâmica nova na Evangelização”.

O prelado entende que a ‘Evangelii gaudium’ (a alegria do Evangelho), um “longo e denso” documento, foi feito na perspetiva “jesuítica do discernimento”.

O bispo de Angra acrescenta que este era o documento que faltava para “dar forças para prosseguir na linha do Concílio e combater algumas desilusões criadas pelas adversidades, centrando a Igreja na palavra de Deus e levando-a até às pessoas”.

D. António Sousa Braga sublinha os apelos à “criação da luz social que possa iluminar a luta contra a pobreza e a exclusão”, seguindo a Doutrina Social da Igreja e a ideia já bastante divulgada pelo próprio Papa de uma Igreja pobre e atenta aos mais fragilizados, que se encontram nas “periferias”.

“Comparativamente com a (encíclica) ‘Lumen Fidei’, escrita ainda com o Papa Bento XVI, este documento é muito mais revelador do estilo e do pensamento do Papa Francisco apontando, de facto, para uma mudança de postura da Igreja Universal”, acrescenta.

Relativamente à descentralização nas estruturas eclesiais, o bispo de Angra diz que “é uma opção explicita” no documento e que se traduz quer na reforma do papado quer na “clara valorização” do papel das Conferências Episcopais, pelo que a Igreja “tem de estar preparada para o fazer de imediato”, conclui D. António de Sousa Braga.

OC

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